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Eu não canso de me repetir,
pareço bobo porque sou fraco.
Parece que os homens são mesmo
essa eterna repetição uns dos outros.
Sei que um dia serei outro de verdade,
mas por enquanto sou esse que não resiste
ao peso do mundo
e foge na primeira nesga de luz da manhã
que pincela as delicadas pétalas da Amarílis.
Quando eu for o outro que virá,
serei forte e não serei bobo.
Eu nunca mais me repetirei porque serei inédito
como a nesga de luz da manhã que pincela
as delicadas pétalas da amarílis.
Mas então não serei este,
não serei mais nada porque serei tudo.
E tudo estará completo: tão vazio quanto o sonho,
tão limpo quanto o canto, tão leve quanto o verso.
Porque nas asas da poesia entre Amarílis
o meu corpo desfeito terá alcançado
na praia distante a eterna calmaria.
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Tanto mar...
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Eu não canso de me repetir
Brasil
baltazar
Inominável