carta ao leitor
C
onstruir uma revista requer muitas coisas, muitas mesmo,
tanto emocionais – cuidados para não surtar com ninguém
ou sozinho - quanto coisas físicas, e técnicas, sem contar
conhecimento e leitura, e referências, enfim, com certeza é um dos
projetos mais díficeis que eu já fiz, e acredito que se perguntarem
a meu grupo eles dirão o mesmo. Nossa primeira edição traz como
matéria de capa a construção desse projeto, desde o preguiçoso
início ao desesperador fim. Os passos para projetuar uma revista
se tornaram uma espécie de borrão conforme o tempo – lembremse que o desespero traz a tona muitas emoções fortes e lágrimas
amargas - brincadeiras a parte, essa revista desde o começo tinha
o intuito de falar com um público ao qual nos identificássemos,
jovens, designers, querendo muito conhecimento (ou que nem
queiram tanto assim, mas faríamos eles quererem) esse público
é você, e esperamos com todo o coração que agrade, como disse
antes, projeto de revista não é fácil, e sim temos certas falhas,
mas convenhamos, quem não tem falhas, nosso projeto final se
tornou sobre design social. Quando comentamos isso com um de
nossos professores ele nos perguntou: “mas que tipo de design
social?”. Mal sabíamos que por mais que tivéssemos fechado em
um assunto dentro do design ele ainda era muito abrangente. O
design na sociedade toma diversas formas, nós escolhemos ir para
caminho da prática, o design feito por designers para a sociedade,
trazer reflexões para vocês, e instigar mais sobre esse assunto.
O design tem um poder muito grande dentro da sociedade, ele
tem uma relação direta com todos nós, porém na maioria das
vezes nem percebemos. Com essa revista queremos apontar
para o design que envolve vocês todos como sociedade, e
apontar obviamente que há falhas, falhas essas dentro de
projetos, ou até mesmo falhas onde nem houve um projeto, com
isso queremos despertar em vocês, assim como nos despertaram
essa inquietação, o por que certas coisas não funcionam como
deveriam ou por que deveriam funcionar de maneira diferente.
O design não é a última solução, nós sabemos disso, e sabemos
que na verdade a única coisa que pode melhorar algo, somos nós
mesmos, tudo começa de um impulsozinho de nada no seu cérebro,
mas isso pode virar algo grandioso, algo que mude vidas, ou até
mesmo somente uma. Design está na sociedade para ajudar, e não
somente deixar as coisas bonitas, isso é óbvio para um estudante
de design, mas nunca é demais repetir. Temos um dever social e
ele nos impulsiona, esperamos que com essa revista consigamos
mostrar todo essa dimensão do Design que está ali presente,
mesmo que escondido no mínimo detalhe, mesmo que pareça
simples, porém é sempre relevante.