pampolin
Outra característica necessária ao Design
de Informação, no mínimo por uma questão
de respeito ao próximo. Podemos continuar
no mesmo exemplo: na placa que identifica
esses assentos reservados para gestantes
e deficientes nos vagões do metrô do Rio,
colocada acima dos respectivos assentos, há
uma frase, obrigatória por lei, que começa
assim: “Colabore: Você não está proibido de
sentar nesses lugares mas lembre-se que eles
são reservados a idosos, gestantes, deficientes
físicos, etc. etc....”. No metrô de Londres tem
escrito assim: “Por favor, ofereça esse assento
a uma pessoa idosa ou deficiente”. Veja bem a
diferença: “Por favor ofereça este assento...” em
lugar de “Você não está proibido de sentar-se
mas lembre-se...”.Síntese, precisão, e respeito.
esse painel agora é eletrônico (como o pórtico
de trânsito, feito de micro-lâmpadas),
pronto, haja criatividade nas mensagens! Na
época do Natal o ônibus diz também “FELIZ
NATAL”! Já que se pode escrever qualquer
coisa nesses painéis, as pessoas não conseguem
deixar de escrever bobagens - é só digitar
e enviar a mensagem (ao contrário de uma
sinalização fixa, que você tem que pensar,
desenhar, olhar, aprovar, fabricar, e instalar).
Se querem mudar de mensagem, alternando
com o nome da linha, no caso do ônibus, então
pelo menos que se esclareça seu trajeto, ou
sua tarifa. O “bom dia” a gente deixa para o
motorista, ao entrarmos no veículo. Ao vivo.
Com direito a som, e ex-pressão. Como em
Londres. E no interior do Brasil.
Aqui no Brasil parte-se do princípio de que
todos os usuários dos serviços públicos são delinqüentes, e assim somos todos tratados. Mas
eu não sou delinqüente e exijo o direito de ser
tratado como cidadão. E mesmo que fôssemos
todos delinqüentes, caberia ao serviço público
tratar-nos com respeito. Como se espera que
nós TODOS, inclusive os delinqüentes, tratemos
os serviços públicos com respeito.
Se esse é um exemplo de demagogia (fantasiada
de “cordialidade”), este próximo chega a ser
hipocrisia: quem agüenta ligar para um serviço e
ficar esperando na linha enquanto uma gravação
repete no seu ouvido que “a sua ligação é
muito importante para nós”? Se fosse, não nos
deixariam esperando, nos massacrando com
essa frase “cordial”, mas estaríamos sendo
atendidos. Esses tele-marqueteiros pensam que
todos são bobos, como eles? Se sabemos que
pelo menos ALGUMAS ligações NÃO serão
importantes para a empresa, e sendo a frase
dita em TODAS as ligações, então, às vezes senão sempre - aquela voz está mentindo, e isso
pode estar acontecendo na nossa vez.
Por outro lado, cordialidade não é esse ônibus
urbano que dá “BOM DIA” pelo painel frontal
(noutro dia, ainda de manhã, havia um dizendo
“BOA TARDE”), onde também, alternadamente,
se informa o número e nome da linha. Como
16 aqui design de informação?