inLocus inLocus Jun. 2013 | Page 16

pampolin Outra característica necessária ao Design de Informação, no mínimo por uma questão de respeito ao próximo. Podemos continuar no mesmo exemplo: na placa que identifica esses assentos reservados para gestantes e deficientes nos vagões do metrô do Rio, colocada acima dos respectivos assentos, há uma frase, obrigatória por lei, que começa assim: “Colabore: Você não está proibido de sentar nesses lugares mas lembre-se que eles são reservados a idosos, gestantes, deficientes físicos, etc. etc....”. No metrô de Londres tem escrito assim: “Por favor, ofereça esse assento a uma pessoa idosa ou deficiente”. Veja bem a diferença: “Por favor ofereça este assento...” em lugar de “Você não está proibido de sentar-se mas lembre-se...”.Síntese, precisão, e respeito. esse painel agora é eletrônico (como o pórtico de trânsito, feito de micro-lâmpadas), pronto, haja criatividade nas mensagens! Na época do Natal o ônibus diz também “FELIZ NATAL”! Já que se pode escrever qualquer coisa nesses painéis, as pessoas não conseguem deixar de escrever bobagens - é só digitar e enviar a mensagem (ao contrário de uma sinalização fixa, que você tem que pensar, desenhar, olhar, aprovar, fabricar, e instalar). Se querem mudar de mensagem, alternando com o nome da linha, no caso do ônibus, então pelo menos que se esclareça seu trajeto, ou sua tarifa. O “bom dia” a gente deixa para o motorista, ao entrarmos no veículo. Ao vivo. Com direito a som, e ex-pressão. Como em Londres. E no interior do Brasil. Aqui no Brasil parte-se do princípio de que todos os usuários dos serviços públicos são delinqüentes, e assim somos todos tratados. Mas eu não sou delinqüente e exijo o direito de ser tratado como cidadão. E mesmo que fôssemos todos delinqüentes, caberia ao serviço público tratar-nos com respeito. Como se espera que nós TODOS, inclusive os delinqüentes, tratemos os serviços públicos com respeito. Se esse é um exemplo de demagogia (fantasiada de “cordialidade”), este próximo chega a ser hipocrisia: quem agüenta ligar para um serviço e ficar esperando na linha enquanto uma gravação repete no seu ouvido que “a sua ligação é muito importante para nós”? Se fosse, não nos deixariam esperando, nos massacrando com essa frase “cordial”, mas estaríamos sendo atendidos. Esses tele-marqueteiros pensam que todos são bobos, como eles? Se sabemos que pelo menos ALGUMAS ligações NÃO serão importantes para a empresa, e sendo a frase dita em TODAS as ligações, então, às vezes senão sempre - aquela voz está mentindo, e isso pode estar acontecendo na nossa vez. Por outro lado, cordialidade não é esse ônibus urbano que dá “BOM DIA” pelo painel frontal (noutro dia, ainda de manhã, havia um dizendo “BOA TARDE”), onde também, alternadamente, se informa o número e nome da linha. Como 16 aqui design de informação?