Informativo ABECO Informativo No 14 (jan-abr 2019) | Page 9

INFORMATIVO ABECO | Edição Nº 14 rupestres, minha antiga paixão, que era objeto de um projeto em colaboração com o Geraldinho Fernandes da UFMG e apoiado pela FAPESP- Vale-FAPEMIG. Iniciado em final de 2011, esse projeto de quatro anos discute a variabilidade florística e os padrões de floração e polinização no mosaico de vegetações e gradiente atitudinal dos campos rupestres com foco em sua recuperação e conservação. Aqui estudamos as redes de polinização no espaço e como características florais espectrais de cor e contraste mediam as interações com polinizadores. Investigamos a fenologia reprodutiva dos campos rupestres no gradiente de altitude e entre tipos de vegetação. Colaboramos na construção da definição do campo rupestre e na sua conservação. Integro também o Projeto Ecológico de Longa Duração – Campo Rupestre da Serra do Cipó (PELD-CRSC). Esses projetos definem um dos períodos mais produtivos de minha carreira, mesmo com todos os desafios tecnológicos, de interação entre áreas de pesquisa e a distância até a Serra do Cipó. O estabelecimento de um grupo de pesquisadores criativos e dedicados, brasileiros e estrangeiros, determinou o sucesso desses projetos e sua produção em qualidade e 9 quantidade. As crianças já crescidas e mais independentes também facilitaram a maior dedicação à pesquisa e excursões de campo. Tudo tem seu tempo e assim conciliamos muitas conquistas profissionais e pessoais adequando oportunidades e estratégias de ação. Há muito mais o que contar e dezenas de pessoas muito importantes para citar, mas seria impossível colocar tudo aqui. Outras parcerias importantes, como os projetos CaatingaFlux, AmazonFACE e NORDESTE, e convênios com a Alemanha, Canadá, Dinamarca, Espanha, Austrália e Reino Unido, entre outros, também ampliaram horizontes. Agora tenho o ensino, políticas públicas, mudanças do clima e a conservação da biodiversidade como maiores desafios. A atuação recente junto a Coordenação do programa FAPESP de pesquisa em Mudanças Globais permite participar de perto, junto com a comunidade científica, na elaboração do plano de ação para a próxima década e de atuar para que se ensine e divulgue as mudanças globais. Inerente a esse desafio está a detecção de mudanças e tendências nos trópicos, e sua atribuição a mudanças globais, utilizando series fenológicas longas e outras estratégias, e a introdução da ciência do cidadão. Vou trabalhar então, e associações como a ABECO oferecem o ambiente rico e estimulante necessário para continuarmos motivados e inovando sempre. Foto: Marcia Marques