Informativo ABECO Informativo No 14 (jan-abr 2019) | Page 7

INFORMATIVO ABECO | Edição Nº 14 como a terra é redonda e não há como aplainar fatos, a razão prevalecerá. Em 1990 fui contratada na Unesp e passei a atuar efetivamente em pesquisa, docência e orientação e, após meu doutoramento, na orientação e docência na pós-graduação. Submeti meu primeiro projeto de pesquisa à FAPESP e iniciei assim meu grupo de pesquisa estudando a fenologia da floresta atlântica. Em 1996 me tornei professora Livre- docente em Taxonomia Vegetal pela Unesp, defendendo a minha terceira tese. Em 1997 saí para um ano sabático na Universidade da Califórnia, uma outra oportunidade importante e que descortinou um mundo de experiências e colaborações internacionais. Ao voltar ao Brasil, em 1998, tinha aprovado meu projeto Jovem Pesquisador (JP) na FAPESP. Esse grande projeto de longa duração propiciou a consolidação da minha linha de pesquisa em fenologia e sazonalidade de recursos para polinizadores e dispersores e no entendimento de padrões de floração e frutificação pelos modos de polinização e dispersão e seus filtros 7 climáticos. Claro que, durante todo esse projeto contei com uma nova produção especial, meu filho André, que nasceu em 1999 e tornou a vida ainda mais feliz, movimentada e cheia de afazeres. Foto: Marcia Marques O projeto JP apoiou novas linhas de investigação, que passaram a incluir os efeitos de borda e da fragmentação e perturbações antrópicas na fenologia e reprodução das plantas, evolução e diversidade de padrões temporais e reprodutivos em plantas, a influência da filogenia na fenologia, com destaque para a família Myrtaceae. Foram muitas teses e dissertações orientadas, meus primeiros pós-doutores e muitas discussões, congressos e reuniões científicas. Durante esse projeto tive oportunidade de entrar em contato com o grupo sediado na Europa que estudava fenologia como indicador de mudanças do clima. A participação nesse grupo definiria outro grande diferencial na minha carreira de pesquisa, que aborda de forma mais direta as mudanças globais. Portanto, um projeto descortinando muitas oportunidades e os projetos dos estudantes desafiando você a ver mais longe. A orientação se torna rapidamente uma das atividades mais gratificantes da minha carreira de pesquisa. Esse projeto se encerra e pouco tempo depois me torno Professora Titular de Botânica (2005). É um período de ampliação das colaborações internacionais e de pensar em quais seriam os novos rumos para a carreira, considerando o aprendizado e experiências até aqui. A primeira ideia era como estudar fenologia e mudanças globais nos trópicos. Recebi convite para colaborar no projeto de longa duração de fenologia da Amazônia – uma grande oportunidade - e decidi que deveria implementar um projeto desse tipo aqui no Sudeste. Nesse momento, estabeleci, com o apoio dos estudantes de graduação, o acompanhamento fenológico de longa duração das espécies do campus, que segue desde 2002 até o presente, e que também tinha como objetivo o