Informativo ABECO Informativo No 10 (set-dez 2017) | Page 5

Informativo da Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação Número 10 – Outubro a Dezembro de 2017 PERFIL DA ECÓLOGA (con(nuação) Após esse período de atuação como docente, decidi ingressar em um programa de Pós-graduação e optei pelo curso de Mestrado em Fisiologia Vegetal na Universidade Federal Viçosa. Fui selecionada para ingresso em 1986, tendo sido orientada pelo Prof. Marco Antonio Oliva. O Prof. Marco Oliva era responsável pela área de Ecofisiologia tendo projetos envolvendo o impacto de poluentes em plantas e a seleção de bioindicadores. A orientação e as disciplinas cursadas ao longo do Mestrado bem como a experiência de colaborar na condução de projetos de colegas ao longo dos três anos que permaneci na UFV foram um sólido aprendizado não só conceitual mas também instrumental. O meu projeto de Mestrado avaliou os impactos da poluição por flúor em plantas. O projeto reforçou meu interesse pelas respostas de plantas a estresses ambientais e também sobre processos ecossistêmicos dadas as complexidades da contaminação ambiental bem como as demandas de monitoramento. Concluí meu Mestrado em 1988 e candidatei a uma bolsa do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) mo?vado pelos estudos em bioindicação conduzidos em ins?tuições alemãs e por meu conhecimento do idioma alemão adquirido em cursos extracurriculares durante minha graduação. Iniciei meus estudos de pós-graduação na Alemanha, como bolsista do DAAD, com um período no Ins?tuto de Fisiologia Vegetal da Universidade de Giessen. Os estudos aí conduzidos u?lizavam culturas de células para avaliar os efeitos de poluentes. Em que pese o interesse pela temá?ca do projeto, consolidou-se nesse momento a decisão de conduzir estudos que pudessem avaliar as interações de plantas a estressores ambientais em seu ambiente. Dessa forma, em 1990, ingressei no curso de doutorado em Geobotânica da Universidade de Trier sob orientação da Prof. Barbara Ruthsatz. O projeto envolveu a resposta de árvores à contaminação por metais pesados em an?gas áreas de mineração. Na Universidade de Trier, a área de Geobotânica estava inserida em um curso de Geociências. Tal interface foi determinante na minha formação pois permi?u expandir minha formação na área de solos, geologia e análises espaciais. Por outro lado, ?ve também a oportunidade de aproximar-me do conteúdo da área de Geografia Humana e também da Conservação de Recursos Naturais. Ainda em 1992-1993 pude par?cipar de uma disciplina que teve como tema a Mudança Climá?ca Antrópica e que seria também determinante para minha atuação profissional posterior. Tendo concluído o doutorado em 1993, retornei ao Brasil em junho desse ano. Ainda no segundo semestre de 1993, ingressei na Universidade de Brasília como Professora Visitante no Departamento de Botânica, por meio de convite da Prof. Linda Caldas do Laboratório de Fisiologia Vegetal. À Prof. Linda Caldas devo, com profundo agradecimento, minha iniciação na UnB e no Cerrado. À época ela havia orientado uma dissertação sobre a a?vidade de uma enzima do metabolismo nitrogenado em uma espécie arbórea e me propôs seguir com essa linha de pesquisa uma vez que já havia trabalhado com alguns aspectos do metabolismo nitrogenado durante meu Mestrado.