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Mercado

ABRE divulga estudo macroeconômico sobre embalagens no Brasil em 2021

Números apontaram crescimento no valor bruto , mas queda na produção física
O valor bruto da produção de embalagens no ano de 2021 no Brasil foi de R $ 111 bilhões , um crescimento de 31 % sobre o ano anterior , segundo dados divulgados pela ABRE ( Associação Brasileira de Embalagem ), em estudo macroeconômico elaborado pela FGV – IBRE .
“ Foi um crescimento que ocorreu muito em função de preços pressionados pelo aumento dos custos dos insumos , fator que foi mais marcante no primeiro semestre , melhorando aos poucos até o final do ano ”, afirmou Aloisio Campelo , da FGV-IBRE .
A produção física de embalagem teve queda de 3 % em 2021 , a primeira vez após anos de crescimento , e também após 3 anos em que cresceu bem acima do setor industrial . O crescimento da indústria de transformação em 2021 foi de 4,3 %.
“ Mesmo em 2020 quando iniciou a pandemia , a indústria de transformação teve queda de 4,6 % na produção , porém o segmento de embalagens conseguiu crescer . Houve aumento do uso de embalagens vinculado a em torno da tendência do home office e do consumo no lar , o que conteve um pouco a piora do desempenho do setor , mas em 2021 a situação piorou ”, disse Campelo .
Entre os motivos apontados pelo economista está a forte desaceleração no consumo de bens e um retorno gradual a atividades presenciais que beneficiou o setor de serviços . Houve desvio do consumo de bens para o consumo de serviços .
O que provocou o descolamento entre a indústria de embalagem e a indústria de transformação ? Segundo Campelo , houve uma composição de fatores . “ Houve a reversão de boa parte das vendas online , com alta no
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consumo em restaurantes , além de esgotamento da capacidade de endividamento das famílias e inflação dos alimentos , levando a uma queda na demanda desse setor , que é muito importante para a indústria de embalagens ”.
A estimativa para o PIB em 2022 é de crescimento de 0,6 %, e a do setor de embalagem é de queda de 0,5 %, porém acima da indústria de transformação , com previsão de redução de 3,2 % sobre 2021 . O PIB positivo deve ter a contribuição dos setores de agropecuária e de serviços , e também do consumo das famílias que deve crescer mais que o PIB , com 0,8 %, parecido com a expectativa de crescimento para este ano do aumento da massa salarial ampliada , que inclui transferências governamentais , Auxílio Brasil , FGTS , etc .
O cenário é de volta à normalidade em relação à pandemia , pela análise da mobilidade das pessoas . As vendas online no comércio estão retornando aos níveis pré-pandemia , porém com crescimento um pouco acima . A pressão dos custos de insumos vinha desacelerando no início deste ano , ainda com alguns setores em alta , como o de celulose e papelão , porém , com a guerra da Ucrânia , volta a incerteza .
Os custos da cadeia petroquímica vinham desacelerando também . O preço do petróleo que havia subido muito num primeiro momento pré-guerra , volta aos níveis anteriores , com os movimentos realizados pelos Estados Unidos e Europa para manterem os níveis de oferta .
“ 2022 deve ser um ano difícil do ponto de vista dos custos , com a pandemia ainda atrapalhando , o problema dos portos , e a escassez de matéria-prima seguindo como fator de limitação à expansão de negócios na indústria de transformação ”, acredita Aloisio Campos .
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Mar / Abr de 2022 · Inforflexo - 177