Inclusão Social Único | Page 4

inclusão social no mercado de trabalho,

A igualdade de direitos e acessibilidade em todos os setores da sociedade é prevista em lei. Segundo a Constituição Federal em seu Artigo 5º “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a legislação estabelecer”. Na prática são muitas as barreiras a serem vencidas para que um deficiente consiga ser inserido no competitivo mercado de trabalho. São programas institucionais para sensibilizar funcionários, adequações físicas e treinamentos para o exercício da nova função. Mas, o preconceito nos corredores e da própria família dificultam os que buscam um lugar ao sol. Deficiência não é impeditivo funcional e intelectual e, sim, um motivo a mais para aprender.

Aos 28 anos e em sua sétima experiência profissional, Débora Eva Cruz Silva esbarra na limitação imposta pelo atrofiamento do braço e perna esquerda. A dificuldade para se locomover, no entanto, não a impede de exercer com primazia a sua função no departamento de empacotamento numa grande empresa do setor alimentício na Região do Vale do Rio Gravataí. Ela recorda que os cerca de 40 colegas do setor chegaram a duvidar que fosse capaz de fazer o trabalho. O preconceito sofrido por sua deficiência física nunca a desanimou e os tempos ruins passaram. “Aprendi só observando e provei que sou tão capaz, quanto qualquer um deles”, gaba-se.

A gestora de Recursos Humanos da empresa onde Débora trabalha, Raquel Meister Hubner Chery explica que hoje conta com 224 funcionários, destes 7 são deficientes. Para inseri-los a equipe passa antes por momentos de integração e recebe orientações de segurança, boas práticas de fabricação e de condutas internas. Nos primeiros meses ainda são acompanhados pelas chefias de departamento, da consultoria que os indica para a vaga e também pelo próprio RH. O objetivo, segundo Raquel, é garantir que a adaptação seja a melhor possível para o trabalhador.

Inicialmente, conforme ela, uma das maiores dificuldades para a integração da pessoa deficiente é conseguir provar a sua produtividade. Muitas vezes são necessárias também adaptações ao processo e a compreensão com relação ao ritmo do serviço. “A cada nova integração de pessoa com deficiência, todo o setor recebe um treinamento de sensibilização sobre aquela contratação especificamente”, detalha.

Quanto às estruturas físicas, a gestora explica que foram realizadas adequações para facilitar a acessibilidade. Na lista está à redução da altura do relógio-ponto, do interfone, além do vestiário e banheiros. A médio e longo prazo está previsto a construção de rampas de acesso e adequação da estrutura física dos banheiros para cadeirantes.

INCLUSÃO SOCIAL NO TRABALHO

3