GRAVANDO
Tarantino concebeu em parceria com outro
cineasta famoso, Robert Rodriguez.
Tratava-se de uma homenagem às produções
de terror e ficção científica exibidas
nos drive-ins norte-americanos em meados
dos anos 1970 (normalmente, em sessões
duplas). Nos EUA, os dois títulos do
projeto “Grindhouse” – “À Prova de
Morte” e “Planeta Terror” – chegaram
a ser exibidos juntos, o que não
aconteceu no Brasil, por determinação
da distribuidora Europa Filmes (que
não acreditava na viabilidade do
formato em nosso país).
A produção tem todas as marcas
registradas de Tarantino: diálogos
longos e derivativos, trilha sonora
nostálgica e uma brutalidade “crua”,
capaz de desconcertar o espectador
contemporâneo (condicionado à violência
gráfica e inofensiva dos filmes de super-
heróis e congêneres). Mas, acima de
tudo, “À Prova de Morte” é uma ode ao
gênero “Suspense”, tanto quanto “Pulp
Fiction” e “Os Oito Odiados” (outros
filmes famosos do diretor) são odes aos
antigos filmes de máfia e aos faroestes
italianos dos anos 1960.
A trama é simples, mas irresistível:
após uma carreira relativamente bem-
sucedida, um ex-dublê de Hollywood
(interpretado por Kurt Russell, astro
de uma infinidade de filmes “B” dos
anos 1980, como “Fuga de Nova York”
e “Aventureiros do Bairro Proibido”)
se aposenta e cai na estrada a bordo
de um carrão turbinado que é uma
espécie de “masmorra” ambulante. O
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