História na Imagem - Modernismo no Brasil Modernismo no Brasil | Page 27

Esta obra é responsável por inaugurar um dos grandes movimentos dentro da arte moderna brasileira, o Antropofagismo. A obra Abapuru foi dada como prsente de aniversário de Tarsila para Oswald de Andrade, seu marido, que após contemplar a obra teve a ideia de formar um movimento em torno da pintura o chamado Atropofagismo, pois Abapuru em tupi-guarani significa "antropófago". Este movimento criou um grupo e uma revista, e tinham por objetivo consumir os modelos europeus para então criar o próprio modelo nacional.

O desproporcional tamanho entre a cabeça e o restante do corpo, pode significar a valorização sobre o trabalho braçal em relação a a volorização do mental. Salienta ainda uma natureza bruta que sobrepóe mundo das idéias.

A mão direta na terra sugere uma conexão com a terra e suas raízes.

A composição das cores azul, amarelo e verde, remete as paleta de cores nacionais, expressão esta exaltação nacional.

Uma figura solitária, monstruosa, pés imensos, sentada numa planície ferde, o braço dobrado num joelho, a mão sustentando a peso-pena da ‘cabecinha-minúscula’. Em frente, ‘um cacto explodindo numa flor absurda’. Quando uma de suas amigas diz que suas pinturas antropofágicas lembravam-lhe pesadelos, Tarsila então identifica a origem de sua pintura desta fase: “Só então compreendi eu mesma que havia realizado imagens subconscientes, sugeridas por histórias que ouvira quando em criança, contadas no hora de dormir pelas velhas negras da fazenda. Segui apenas numa inspiração, sem nunca prever os seus resultados.” Aquela figura monstruosa, de pés enormes, plantados no chão brasileiro ao lado de um cacto, sugeriu a Oswald de Andrade a idéia da terra, do homem nativo, selvagem, antropófago.

(AMARAL, Aracy apud AZEVEDO, 2005, p. 23)

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Capa da Revista de Antropofagia, escrita por Oswaldo de Andrade.