uma biopsia de seringa é que o
resultado veio como sendo um
Carcinoma , que é , um tumor
maligno desenvolvido a partir de
células epiteliais , glandulares ( adenocarcinoma
) ou do trofoblasto -
( coriocarcinoma ) que tende a
invadir tecidos circulares ,
originando metástases .
Assim como eu , a Vera também desconhecia este nome e assim que recebeu os resultados da biopsia , foi pesquisar o significado deste nome e assim descobriu a luta que teria que vir a enfrentar .
Naquela altura , diz , que se lembra de sair do hospital , que era relativamente perto do seu trabalho , e que foi a pé , e com muita calma foi a pensar qual seria o próximo passo a dar e , por ser uma pessoa muito religiosa , pediu a Deus as forças para sair daquela situação , pois recorda que o seu marido estava de cama com Hepatite e Tuberculose e ela tinha duas crianças , uma de 10 anos e outra de 1 ano e pouco , que dependiam dela e do seu trabalho .
No dia que recebeu os seus resultados , sentou-se com a sua mãe , que nas palavras tentou apoiar e mostrar força e esperança , mas que diz que no olhar o medo era maior . Pois é um momento de extrema sensibilidade , uma lógica fora do normal e um instinto maternal de incapacidade , pois afinal de contas a sua “ criança ” estava ali , na sua frente a dizer que era portadora de uma doença , que nós sabemos , rouba a vida a tantas outras
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pessoas , e ela na sua impotência e incapacidade , não tinha maneira de fazer nada a não ser dar suporte e apoio , pois não era portadora de um milagre de cura para poder retirar a sua filha daquela situação .
A Vera uma super mulher , além da força que ela tinha com ela mesmo para suportar toda esta nova jornada na sua vida , também ela teve de impor a quem lhe rodeava a força , que muitos mostravam não ter , e quase que por obrigação , mostrou-lhes que ela enquanto doente não deixava de viver nem mostrar um sorriso e que eles “ saudáveis ” teriam de o fazer também .
No dia 22 de Novembro de 2017 , deu entrada de urgência no Hospital e ali , diz que descobriu a verdadeira força que tinha dentro dela . Foi lhe dito que teria de fazer uma pequena cirurgia para a remoção do nódulo , feita a dia 5 de Dezembro , mas que eventualmente teria que remover o peito por completo .
Disse-me que comentou com o médico que já não era uma mulher com seios grandes , e que agora ia mesmo ficar sem nada , mas que quando isso aconteceu , que não se sentiu menos mulher ou incompleta .
Em seis meses de tratamento de Quimioterapia , feitos em Cabo Verde , que nunca deixou de trabalhar e fazer a sua vida normal , como antes fazia , que a única coisa que sentia era a necessidade de comer mais ,
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porque se não o fizesse sentia dores de estômago , depois do tratamento e com mais comida ingerida , era mais fácil suportar toda a carga .
De momento ela é uma super guerreira ! Superado o cancro , e superado todo o tratamento , à dois anos que vive em Portugal , vinda do seu país como doente evacuada , está sob baixa médica , mas cheia de trabalho . De uma tesoureira da federação de futebol Cabo-verdiana a uma lutadora que faz voluntariado com mulheres , que também elas lutam contra o Cancro . Diz que a luta maior é aceitar a doença e que é isso mesmo que tenta passar a outras mulheres , porque enquanto elas vivem de negação , a doença vais vencendo as lutas .
Ela diz ter aprendido a ver o que é
belo no meio do caus da vida e
tem uma frase que gosta de dizer
a todas as pessoas que conhecem
a história dela .
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“ Para mim o Cancro não veio para me matar , mas sim para me dar mais gás à minha vida e poder dar valor ao que realmente precisamos !” |
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