Curioso , realizarmos sonhos que
nem sabíamos ter . Faz hoje 3
anos que abri a minha página do
facebook de autora Ana Acto ,
longe de imaginar como me iriam
acolher , acarinhar , dos amigos
que iria conhecer , e do mundo
que se me abriria .
3 anos de um caminho
maravilhoso , e nunca me canso
de vos agradecer , graças a vocês
fui " vista ", " ouvida " e " sentida ".
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Saraus , rádios , Tv , obras
colectivas e até um livro o meu
" NUA ". Se aqui cheguei o devo a
cada um de vós . Abraço-vos com
todo o meu coração .
Natureza de volta à essência
Temos momentos na vida em que somos , quase como que , " obrigados " a ir fundo dentro de nós mesmos , seja por necessidade de reflexão , interiorização ou por imposição de forças exteriores .
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Embora já me conectasse com a mãe terra , o confinamento veio , de algum modo , despertar-me mais profundamente essa conexão . Não só com a natureza , mas também com o meu próprio mundo , esse que com a rotina e azáfama diárias , sem nos apercebermos , descuramos . O mundo lá fora tem tantas distrações , criadas pelo ser humano , e são sem dúvida maravilhosas , mas se não tivermos as nossas raízes bem fixas na terra , podemos nos perder do que realmente importa , do que nos é mais real e próximo ; esse nosso mundo que criamos à nossa volta e dos que amamos , tal como também se tivermos os olhos apenas virados para o céu . E nesta limitação imposta a todos nós , para a nossa própria proteção , regressei à minha essência , nutri as minhas raízes e voltei a “ regar as minhas plantas ”. Comecei de novo a saborear o que a natureza me oferecia . Mexi a terra , plantei , podei … Passei tardes de olhos fechados , sentindo o sol no rosto , a areia nos pés , descobri trilhos mágicos , tão perto de mim , e esse prazer que é caminhar pelo meio do verde e respirá-lo deixou-me revigorada e extasiada com a redescoberta de algo tão simples e tão rico . Desfrutei mais de cada sorriso e a cada dia a minha gratidão crescia . Voltei a aprimorar o meu mundo - físico , emocional e mental , a |
minha casa . E , nela arranjei cantinhos de conforto e bemestar . A nossa vida não ficou suspensa , a minha não ficou . Recriei-a . Na ausência de tanto , que hoje vejo ser supérfluo , criado pelas mãos humanas , preenchi-me no que foi criado pela mão divina .
Já assim dizia “ o grande ”:
« Segue o teu destino ,
Rega as tuas plantas , Ama as tuas rosas . O resto é a sombra De árvores alheias .
A realidade
Sempre é mais ou menos Do que nós queremos . Só nós somos sempre Iguais a nós-próprios .
Suave é viver só .
Grande e nobre é sempre Viver simplesmente . Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses .»
Fernando Pessoa
Ana Acto – Cronista
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