Hatari! Revista de Cinema #05 Ficção Científica | Page 51

usada em Kris, a personagem principal, como parte de um experimento. É aí que entra o biológico no relacionamento entre Shane e Amy, como os dois fizeram parte do mesmo experimento, acabam compartilhando lembranças, sem ter certeza de quem é tal memória. Quanto ao vilão, há uma certa dualidade pois o seu experimento é uma forma de curar as pessoas. Em contrapartida, compromete muito da vida das cobaias. Mas caso tenha a disposição necessária, tal dificuldade de compreensão é de certa forma recompensada. Apesar de algumas derrapadas, o filme con- segue se resolver e as Cores do Destino (tradução de Upstream Color) encontram um desfecho tanto para os humanos quanto para os porcos. Por fim, explicações não fazem muito sentido nesses filmes, e é com certo interesse por esse meio que olho esse começo de carreira de Shane Carruth que traz as suas ficções científicas para a tela. E tal interesse não foi só meu, o diretor já vai para o seu terceiro filme, agora com a tutela de uma grande produtora e um elenco recheado de estrelas. Sendo assim, é esperar e torcer, para que Shane tenha a liberdade criativa para o seu trabalho e não seja engolido no jogo de interesse ($$$) que é o cinema no qual vai embarcar. Por Leonardo Otto 51