Hatari! Revista de Cinema #05 Ficção Científica | Page 18

tripulantes quererem matar uns aos outros. É essa a estratégia de perpetu- ação de um planeta em extinção: a troca de corpos. Um cinema corporal, boa definição para o horror italiano do período. Poderíamos gastar mais tempo falando sobre a bicuda desajeitada do capitão tentando separar um conflito, o clima de tensão onipresente, a be- leza do planeta desconhecido construído com serrote e invenção, a mise en scène arquitetada no espaço limitado de uma nave de dois cômodos. Talvez isso não baste para garantir a necessidade de revermos O Planeta dos Vampiros hoje. Um pouco porque o inimigo parece já ter tomado conta do planeta Terra (John Carpenter já nos ensinou isso), e também porque, de quando em quando, repetimos a pancadaria desenfreada dos tripulantes desarrazoados. Sobre cinema e humanidade, a aula de Bava é urgente para fugirmos da barbárie. Por Lucas Jeison 18