Grandes Histórias escritas por todos nós Grandes histórias escritas por todos nós - edited2 | Page 60
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família voltaram a ter paz, porém, a pequena síria sentia falta de
algo muito importante: as suas leituras diárias. Apesar de tudo es-
tar caminhando bem no novo país, os pais de Radija estavam
com dificuldade de fazer a matrícula da pequena na escola, pelo
fato de não terem todos os documentos.
Radija e sua família encontraram abrigo numa casa de
apoio para refugiados. Ela conheceu um garotinho que sempre
chegava da escola narrando o que tinha aprendido. Esse fato
apenas aumentava a vontade da menina de frequentar uma es-
cola. Ela sentia saudades dos seus livros, das histórias de aventu-
ras, dos mapas, das aulas de história, dos conhecimentos que
aprendia na escola, etc.
Com a ajuda de seu amigo, Radija foi à escola, junto com
seus pais, pedir permissão a direção para que ela estudasse na
escola. Os pais de Radija explicaram toda a situação que viveram
para a coordenação, mas, mesmo assim, não permitiram a ma-
trícula da garota. Uma professora se comoveu com a história de
Radija e resolveu dar aulas para a menina nos finais de semana
até regularizarem a sua documentação.
Radija ficou surpreendida com tudo que descobriu sobre o
Brasil e o mundo, além de voltar a praticar o que mais gostava de
fazer: ler. Com o tempo, chegaram outras crianças refugiadas de
outros países e a direção da escola, sensibilizada, acabou abrin-
do uma nova turma para todos esses alunos. A professora e os
seus alunos estrangeiros faziam leituras sobre a história dos seus
países de origem, falavam sobre os seus costumes, culturas, dia-
letos.
A simples atitude dessa professora resgatou sonhos, espe-
rança, desejo de lutarem por dias melhores, um novo recomeço,
o que inspirou Radija, anos mais tarde, a se formar em Pedago-
gia e Letras e dar aulas para a mesma casa de refugiados, na
qual a acolheram quando pequena.
Beatriz Lemos Silva / 7º.ano E/ Vespertino