Grandes Histórias escritas por todos nós Grandes histórias escritas por todos nós - edited2 | Page 60

74 família voltaram a ter paz, porém, a pequena síria sentia falta de algo muito importante: as suas leituras diárias. Apesar de tudo es- tar caminhando bem no novo país, os pais de Radija estavam com dificuldade de fazer a matrícula da pequena na escola, pelo fato de não terem todos os documentos. Radija e sua família encontraram abrigo numa casa de apoio para refugiados. Ela conheceu um garotinho que sempre chegava da escola narrando o que tinha aprendido. Esse fato apenas aumentava a vontade da menina de frequentar uma es- cola. Ela sentia saudades dos seus livros, das histórias de aventu- ras, dos mapas, das aulas de história, dos conhecimentos que aprendia na escola, etc. Com a ajuda de seu amigo, Radija foi à escola, junto com seus pais, pedir permissão a direção para que ela estudasse na escola. Os pais de Radija explicaram toda a situação que viveram para a coordenação, mas, mesmo assim, não permitiram a ma- trícula da garota. Uma professora se comoveu com a história de Radija e resolveu dar aulas para a menina nos finais de semana até regularizarem a sua documentação. Radija ficou surpreendida com tudo que descobriu sobre o Brasil e o mundo, além de voltar a praticar o que mais gostava de fazer: ler. Com o tempo, chegaram outras crianças refugiadas de outros países e a direção da escola, sensibilizada, acabou abrin- do uma nova turma para todos esses alunos. A professora e os seus alunos estrangeiros faziam leituras sobre a história dos seus países de origem, falavam sobre os seus costumes, culturas, dia- letos. A simples atitude dessa professora resgatou sonhos, espe- rança, desejo de lutarem por dias melhores, um novo recomeço, o que inspirou Radija, anos mais tarde, a se formar em Pedago- gia e Letras e dar aulas para a mesma casa de refugiados, na qual a acolheram quando pequena. Beatriz Lemos Silva / 7º.ano E/ Vespertino