• O modo de governar
Se existe um tema sobre o qual poucos têm dúvida é o
papel dos governos na administração do bem estar social. O
crescimento das necessidades sociais antigas e novas, estas
vinculadas à emergência da sociedade em rede, assim como os
desafios novos da competitividade econômica, se situa em um
contexto de redução não apenas da dívida, mas também do
gasto público.
Desta economia pode resultar um cenário de perda de
importância dos governos democráticos ao diminuir sua faceta
de provedores de recursos ou transformar sua relação com
a cidadania.
A estratégia deve optar por fortalecer um modo de governar
novo, ou seja, uma nova relação entre o governo e a cidadania,
em vez de reduzir o seu peso na cidade por meio, fundamentalmente, da redução do gasto na provisão de serviços. O governo
não é apenas responsável por prover alguns recursos, mas
também representa a cidade, o interesse geral da cidadania e os
interesses legítimos dos diferentes setores sociais e se responsabiliza pelo desenvolvimento de estratégias compartilhadas que
articulem recursos públicos e privados e promova o compromisso ativo e o sentimento de responsabilidade do conjunto da
cidadania com a cidade.
• A coesão social
Se das estratégias para abordar a crise resultarão cidades
com mais ou menos coesão é um tema de debate intenso,
sobretudo tendo em conta que se atribui ao crescimento
anômico (que gera desorganização social) e desigual um dos
fatores estruturantes da crise atual. O tema-chave é se se considera a coesão social um objetivo que deve ser buscado pelas
políticas de coesão social como prioridade para enfrentar a crise
e como condição necessária para alcançar metas de crescimento
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
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