Governança Democrática - 3ª Edição | Page 31

• O modo de governar Se existe um tema sobre o qual poucos têm dúvida é o papel dos governos na administração do bem estar social. O crescimento das necessidades sociais antigas e novas, estas vinculadas à emergência da sociedade em rede, assim como os desafios novos da competitividade econômica, se situa em um contexto de redução não apenas da dívida, mas também do gasto público. Desta economia pode resultar um cenário de perda de importância dos governos democráticos ao diminuir sua faceta de provedores de recursos ou transformar sua relação com a cidadania. A estratégia deve optar por fortalecer um modo de governar novo, ou seja, uma nova relação entre o governo e a cidadania, em vez de reduzir o seu peso na cidade por meio, fundamentalmente, da redução do gasto na provisão de serviços. O governo não é apenas responsável por prover alguns recursos, mas também representa a cidade, o interesse geral da cidadania e os interesses legítimos dos diferentes setores sociais e se responsabiliza pelo desenvolvimento de estratégias compartilhadas que articulem recursos públicos e privados e promova o compromisso ativo e o sentimento de responsabilidade do conjunto da cidadania com a cidade. • A coesão social Se das estratégias para abordar a crise resultarão cidades com mais ou menos coesão é um tema de debate intenso, sobretudo tendo em conta que se atribui ao crescimento anômico (que gera desorganização social) e desigual um dos fatores estruturantes da crise atual. O tema-chave é se se considera a coesão social um objetivo que deve ser buscado pelas políticas de coesão social como prioridade para enfrentar a crise e como condição necessária para alcançar metas de crescimento Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades 29