Introdução
Existe uma pluralidade de métodos e técnicas em planejamento estratégico territorial, em função das características da
cidade ou território, da capacidade da equipe técnica e da liderança política e, sobretudo, em função dos objetivos ou finalidades
que motivam o início do processo. Em especial, os enfoques metodológicos mudam se o que é pretendido é apenas identificar os
projetos mais importantes a ser implementados ou se, além disso,
se pretende fortalecer a capacidade de organização e resposta
compartilhada da cidade aos desafios que se apresentam.
Cada cidade é uma singularidade complexa, isto é, as cidades
se distinguem pelo modo como articulam em processos os diferentes fatores que constituem a estrutura do seu território, da
economia e da sociedade. Desenvolver uma estratégia, entendida como um processo de fortalecimento da capacidade de
organização e ação compartilhada, significa que o processo de
planejamento deve ser diferenciado em função da singularidade
de cada cidade e das finalidades gerais a serem alcançadas.
Aplicar uma mesma metodologia e as mesmas técnicas a todas
as cidades pressupõe colocar a cidade em função do plano, e
não vice-versa, o que é adequado. Não obstante, existe um
conjunto de instrumentos que, por sua flexibilidade e capacidade de captar a singularidade complexa de cada cidade, pode
ter uma aplicação mais geral. Pretende-se que este seja o caso
do método de análise FDP – fatos, desafios e projetos.1
As circunstâncias que motivaram a sua elaboração foram as
seguintes:
1 FDP em português, catalão e francês. Em espanhol HDP (Hechos, Desafíos,
Proyectos). A análise FDP foi elaborada por Estrategias de Calidad Urbana, no
ano de 2006, com a colaboração inicial da equipe técnica da Fundação Ciedes,
encarregada da redação e implementação das estratégias da cidade de Málaga
e foi aprimorada com sua aplicação em diferentes experiências.
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Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades