Governança Democrática - 3ª Edição | Page 214

riais para promover o bem-estar social, educação, esporte, saúde, etc., as Agendas 21, assim como foram desenvolvidas múltiplas experiências de participação e envolvimento da cidadania, processos de cooperação público-privada que, sem conceituá-los deste modo, serviram para dar início à governança. Esta tarefa inovadora de protagonizar e articular a construção coletiva da cidade deve ser o principal objetivo dos governos locais, que desse modo passarão a ser o nível de governo fundamental na sociedade em rede. Os municípios autoinsuficientes Os municípios, como consequência da interdependência de fluxos de todos os territórios, aumentam o seu nível de autonomia. Não dependem de um único município, seja este capital de estado ou centro de uma área metropolitana. A multiplicação das influências territoriais incrementa a autonomia dos municípios, que podem reestruturar suas relações com diferentes territórios. Isto, sem dúvida, explica o desenvolvimento de planos estratégicos em municípios de reduzido tamanho populacional. Porém, ao definir sua estratégia, ainda que não a definam bem, eles se dão conta de que necessitam da colaboração de outros municípios e regiões para melhorar a qualidade de vida de sua população. As redes não terminam no município e se estruturam em territórios mais amplos, em função do tema tratado: bem-estar social, turismo, cultura, segurança etc. Ou seja, o encaminhamento de uma resposta aos desafios sociais requer a colaboração intermunicipal. O município é, na grande maioria dos temas, insuficiente para dar sozinho uma resposta adequada. Ele deve ser considerado a unidade básica de um sistema de redes – regional, macrorregional ou internacional – de cidades que interagem em uma temática concreta. Gerir a qualidade de 212 Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades