riais para promover o bem-estar social, educação, esporte, saúde,
etc., as Agendas 21, assim como foram desenvolvidas múltiplas
experiências de participação e envolvimento da cidadania,
processos de cooperação público-privada que, sem conceituá-los
deste modo, serviram para dar início à governança.
Esta tarefa inovadora de protagonizar e articular a construção coletiva da cidade deve ser o principal objetivo dos
governos locais, que desse modo passarão a ser o nível de
governo fundamental na sociedade em rede.
Os municípios autoinsuficientes
Os municípios, como consequência da interdependência de
fluxos de todos os territórios, aumentam o seu nível de autonomia. Não dependem de um único município, seja este
capital de estado ou centro de uma área metropolitana.
A multiplicação das influências territoriais incrementa a autonomia dos municípios, que podem reestruturar suas relações
com diferentes territórios. Isto, sem dúvida, explica o desenvolvimento de planos estratégicos em municípios de reduzido
tamanho populacional.
Porém, ao definir sua estratégia, ainda que não a definam
bem, eles se dão conta de que necessitam da colaboração de
outros municípios e regiões para melhorar a qualidade de vida de
sua população. As redes não terminam no município e se estruturam em territórios mais amplos, em função do tema tratado:
bem-estar social, turismo, cultura, segurança etc. Ou seja, o encaminhamento de uma resposta aos desafios sociais requer a colaboração intermunicipal. O município é, na grande maioria dos
temas, insuficiente para dar sozinho uma resposta adequada.
Ele deve ser considerado a unidade básica de um sistema de
redes – regional, macrorregional ou internacional – de cidades
que interagem em uma temática concreta. Gerir a qualidade de
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Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades