• O trabalho tem uma continuidade permanente ao longo do
espaço. As diferenças de horário entre os continentes
permitem a continuidade nos trabalhos, nas empresas de
conhecimento que trabalham em rede, uma vez que um
mesmo projeto pode ser continuado ao finalizar a jornada
de trabalho em outro país com diferença horária.
• O fim da divisão entre espaço de trabalho e o espaço doméstico, devido ao fato de que as Tecnologias da Informação e
da Comunicação (TIC) permitem às equipes trabalhar em
rede em espaços diferentes e conectar-se a partir de qualquer lugar e em qualquer momento.
• As TICs permitem em boa medida criar um ambiente do “lá”
no “aqui”, acompanhando as notícias, criando um ambiente
de música e de comunicação, de tradição; permitem a vivência
de culturas diferentes num mesmo espaço.
Estas rupturas espaço-temporais apenas começaram e ainda
é cedo para identificar com clareza as mudanças em profundidade que serão capazes de introduzir nas relações sociais e na
dinâmica das cidades. Mas qualquer estratégia urbana deve
estar atenta para tais transformações e seu impacto social para
que a cidade possa ser direcionada a metas de autonomia dos
cidadãos e progresso social.
A centralidade dos valores na organização social
A emergência da ética dos valores, inclusive acima da ética das
normas, é mais uma característica da sociedade contemporânea.
A questão ética na gestão pública e privada e, em geral, sua
revalorização social não são consequência de uma reação social
à sua ausência nos comportamentos econômicos, sociais e políticos – que é, de fato, um tema muito discutível –, mas se deve,
fundamentalmente, a dois temas estruturais:
• A inovação social
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
145