necessidades especiais –, como melhor forma de lutar contra a
pobreza e a desigualdade social.
Na atualidade, a União Europeia considera a pobreza em
termos relativos de desigualdade. No II Programa de Luta contra
a Pobreza, esta foi definida como aquela situação em que se
encontram as famílias que recebem menos da metade da renda
média da sociedade de referência. Esta definição continua hoje
vigente no âmbito europeu.
Na cidade da informação, o acesso ao capital cultural está se
constituindo o principal fator gerador da desigualdade social,
ainda que não o único. Nela, o fundamental é a capacidade de
transformar a informação em conhecimento. Este é o principal
gerador de valor agregado. O capital cultural não é conhecimentos concretos sobre artes e ciências. Capital cultural é a
capacidade socialmente adquirida de produzir conhecimento
partindo do acesso universal à informação. Capital cultural é
proporcionado pelo domínio da linguagem, do conhecimento
de conceitos, das técnicas de raciocínio, da faculdade de criar e
imaginar; é conhecimento e atitude positiva em relação à
inovação e à aprendizagem constante durante toda a vida.2
O capital cultural é fruto de uma educação em sentido
amplo, que acontece na família, na escola, nas interações
sociais. Depende da intencionalidade educativa que se atribua
aos processos de socialização primária e secundária que acontecem na cidade.
Nem a igualdade de oportunidades, nem a redução da
pobreza podem ser alcançadas por meio da garantia de acesso
aos serviços básicos e níveis de renda mínima. Isto será uma
condição necessária, mas não suficiente. Para garantir habilidades sociais, educacionais e culturais básicas, será preciso
2 BERNSTEIN, B. Clases, Códigos y Control. V. I e II. Madrid: Akal, 1988 e 1989.
Governança Democrática: Construção coletiva do desenvolvimento das cidades
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