FutAfrica Setembro 2013 | Page 17

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O novo fulgor Egípcio

O Egipto foi o grande protagonista da segunda edição da CAN, em 1959, embora competisse sob designação de República Árabe Unida, devido à fusão com a Síria. Contudo, nenhum jogador deste país foi convocado após a falta de entendimento entre as duas nações.

Mais uma vez, a Taça de África das Nações, ainda bastante longe da dimensão actual, foi disputada apenas por três equipas. Ou seja, Sudão e a frágil Etiópia juntaram-se à tal “coligação” de um só país.

A República Árabe Unida entrou muito forte na competição, realizada no Estádio do Al-Ahly, no Cairo, Egipto, tendo derrotado os etíopes por 4-0. Com um conjunto remodelado, comparando com aquele que vencera a CAN dois anos antes, El Ghoary foi o matador de serviço, com três golos concretizados. O outro remate certeiro pertenceu a El Sherbini, perante um adversário que ficou à beira de um ataque de nervos.

No segundo jogo desta edição da Taça de África das Nações, o Sudão derrotou a Etiópia por 1-0, na sequência do remate certeiro de Drissa, deixando, naturalmente, o rival sem qualquer ponto conquistado.

Egipto e Sudão iniciaram, portanto, a última partida com o mesmo número de pontos. Baheeg foi, desta vez, o grande herói da República Árabe Unida: inaugurou o marcador, com um remate à entrada da área logo aos 12 minutos, mas os

sudaneses reagiram, chegando ao empate por Manzul, aos 65’. Contudo, os egípcios foram mais felizes, com novo golo de Baheeg a um minuto do fim, erguendo, assim, o troféu perante 60 mil pessoas.

El Ghoary, nascido no Cairo em 1938, é um dos nomes mais sonantes do desporto egípcio, com prestígio mundial, na sequência da brilhante carreira como futebolista, mas também como treinador, actividade que exerceu durante 42 anos. Terminou em 2007, como seleccionador da Jordânia, tendo sido substituído pelo português Nelo Vingada.

Tornou-se no primeiro africano a festejar a CAN como jogador e treinador, feito que seria igualado pelo nigeriano Stephen Keshi. Seis ligas e duas taças do Egipto, a Liga dos Campeões Africanos, ao serviço do Zamalek, e o apuramento para o Mundial de 90, em representação do seu país, após ausência de 56 anos, são alguns dos seus momentos mais importantes. Ghoary faleceu, aos 74 anos, na Jordânia, em 2012.

A grande referência

Siddiq Manzul ainda alimentou o sonho sudanês

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