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(L.) e de lontra (Lutra longicaudis), além de um ouriço-caixeiro Sphiggurus spinosus) ferido. Depois da chegada, todos passam pelo ambulatório médico do Refúgio para avaliação das condições de saúde. Passado o prazo de quarentena, parte fica no cria- douro científico, enquanto outros vão para os recintos de exposição. rapinantes talvez advenha de uma crença antiga, de que todos eles poderiam caçar animais domésticos, supõem os técnicos. “Uma pena que isso aconteça, apesar de a maioria deles não ser nenhuma amea- ça”, afirma. “Temos que conviver com os animais em harmonia e respeitar o espaço deles”, completou Zalmir Cubas. Manejo adequado e bem tratados Não é a só a violência que interfere na vida silvestre. Outro problema da interferência humana acontece com os filhotes. “Isso é frequente com as aves e também com mamíferos. Às vezes, a mãe só foi buscar comida e o filhote está sozinho, próximo ao ninho, mas ainda não sabe voar bem”, disse o médico veterinário Wanderlei de Morais, também da Divisão de Áreas Protegidas de Itaipu. É nesta hora que o problema acontece. “Até na ânsia de ajudar, retiram o animal deste ambiente. Isso é um erro”, explica. O melhor a fazer é não interferir, recomendam os especialistas. Ou entrar em contato com um órgão especializado, como o IAP, Ibama e Polícia Ambiental. Sob os cuidados do médico veterinário Zalmir Cubas, da Divisão de Áreas Prote- gidas de Itaipu, o tapiti (tipo de coelho), por exemplo, está em recuperação de uma cirurgia da tíbia. “Ele está bem agora”, garante o médico veterinário. Mas nem todos têm a mesma sorte do coelhinho, que poderá até voltar à natureza. Um gavião carijó (Rupornis magnirostris) recém-chegado acabou morrendo mesmo após o atendimento. Aparentemente, ele foi vítima de uma pedrada ou de um tiro, que atingiu uma de suas asas. “Vamos fazer a necropsia para tentar identificar a causa da morte”, disse Cubas. Aves de rapina como os gaviões são frequentadores comuns do hospital do Refúgio. “Muitas pessoas atacam os rapinantes. Falta conscientização”, disse o biólogo Mar- cos José de Oliveira, da Divisão de Áreas Protegidas de Itaipu. Esta perseguição aos No Refúgio, há a preocupação permanente de fazer o manejo da forma mais natural possível. O objetivo é reduzir a humaniza- ção e garantir a dignidade aos animais que não têm condições de voltar à natureza. No caso dos feridos, depois do tratamen- to, eles são levados aos recintos do RBV. Quando há condições de sobrevivência na natureza, eles são devolvidos ao ambiente natural. Sobre o RBV Hoje, o Refúgio Biológico Bela Vista conta com 420 animais, de 70 espécies. São 22 espécies de mamíferos, 41 uma de aves, seis de répteis e uma de anfíbio. Mas este número pode variar. A exemplo do Cetas, o Refúgio também cede animais para ou- tros criadouros e zoológicos, conforme a necessidade das instituições. Instalado em uma área de preservação permanente da Itaipu, de 1.908 hectares, ele comporta o Zoológico Roberto Ribas Lange e detém um Hospital Veterinário com trabalhos de referência no País e exterior. A reprodução da harpia (Harpia harpyja) re- alizada pela equipe do RBV é considerada hoje o maior Programa de Conservação em Cativeiro da espécie em atividade e um dos mais bem-sucedidos do mundo. Além do manejo da fauna, o RBV é um dos atrativos turísticos da usina de Itaipu. A visitação pode ser feita de terça-feira a domingo, em seis horários: 8h30, 9h30, 10h30, 13h30, 14h30 e 15h30. A du- ração do passeio é de aproximadamente duas horas e meia. 11