fm30 F. Magazine 30 | Page 160

GEMOLOGIA Sustentabilidade e indústria joalheira Considerações finais: BIOJOIA ou ECOJOIA Atualmente é notório que as indústrias em geral estão se tornando sustentáveis, este é um apelo global que muitas usam até mesmo como marketing. Com a indústria joalheira não deverá ser diferente nos próximos anos, onde ela deverá mostrar sua preocupação com o ser humano, com a erradicação da pobreza, geração de emprego e renda e uma visão sistêmica do desenvolvimento da cadeia produtiva de gemas, joias e metais preciosos do Brasil, inclusive os dos estados amazônicos que apesar de alto potencial em ouro, pedras preciosas e elementos orgânicos há décadas atuam somente como fornecedores destas matérias-primas preciosas. Neste sentido as diferentes localidades da grande floresta tropical tornam-se não somente um grande celeiro para o fornecimento destas matérias-primas preciosas, mas também o local ideal das práticas sustentáveis por parte das grandes indústrias joalheiras nacional e internacional e seus seguimentos de folheados e bijuterias finas. Biojoia ou Ecojoia? Os termos parecem sinônimos. Porém, se analisarmos seus pormenores há muita diferença entre ambos no âmbito científico e principalmente no âmbito comercial (marketing). Pela etmologia da palavra o prefixo “Bio” significa vida, sem dúvida é um prefixo mais amplo e de conhecimento internacional, no entanto o prefixo “Eco” que significa habitação ou casa, arremete diretamente ao tema sustentabilidade e diretamente aos arranjos produtivos na Amazônia, produtores destas matérias- primas. O prefixo “Bio” parece ser muito amplo dando a ideia de tudo que é orgânico possa ser colocado em joias, quanto ao segundo, ou seja, o prefixo “Eco” parece ser mais seletivo, tendo mais ligações com parâmetros gemológicos, visto que ecologia, sustentabilidade e meio ambiente estão literalmente “na moda” em dias atuais e a moda é um parâmetro gemológico muito forte. Em síntese, as gemas de origem orgânicas endêmicas da Amazônia e de outros lugares do Brasil, suas quantidades e tratamentos também necessitam de identificação, classificação e avaliação e o desenvolvimento de uma norma técnica que contemple todos estes detalhes visando seu uso em joias com metais e pedras preciosas se faz extremamente necessário e isto certamente sugere uma nova ABNT voltada exclusivamente para gemas de origem orgânica do Brasil. “ Com a indústria joalheira não deverá ser diferente nos próximos anos, onde ela deverá mostrar sua preocupação com o ser humano, com a erradicação da pobreza, geração de emprego e renda e uma visão sistêmica do desenvolvimento da cadeia produtiva de gemas, joias e metais preciosos do Brasil, inclusive os dos estados amazônicos que apesar de alto potencial em ouro, pedras preciosas e elementos orgânicos há décadas atuam somente como fornecedores destas matérias-primas preciosas. ” Rejane Amaral é Geóloga, Gemóloga formada pelo Canadian Institute of Gemology, Diretora do depto. de Gemologia do IGA - Instituto Gemológico da Amazônia Maurício Favacho é Mestre Geólogo de depósitos de gemas e metais preciosos, Gemólogo graduado e Perito avaliador de gemas e joias 158