GEMOLOGIA
Sustentabilidade e indústria joalheira Considerações finais: BIOJOIA ou ECOJOIA
Atualmente é notório que as indústrias em geral estão
se tornando sustentáveis, este é um apelo global que
muitas usam até mesmo como marketing. Com a indústria
joalheira não deverá ser diferente nos próximos anos, onde
ela deverá mostrar sua preocupação com o ser humano,
com a erradicação da pobreza, geração de emprego e
renda e uma visão sistêmica do desenvolvimento da cadeia
produtiva de gemas, joias e metais preciosos do Brasil,
inclusive os dos estados amazônicos que apesar de alto
potencial em ouro, pedras preciosas e elementos orgânicos
há décadas atuam somente como fornecedores destas
matérias-primas preciosas. Neste sentido as diferentes
localidades da grande floresta tropical tornam-se não
somente um grande celeiro para o fornecimento destas
matérias-primas preciosas, mas também o local ideal das
práticas sustentáveis por parte das grandes indústrias
joalheiras nacional e internacional e seus seguimentos de
folheados e bijuterias finas. Biojoia ou Ecojoia? Os termos parecem sinônimos. Porém,
se analisarmos seus pormenores há muita diferença entre
ambos no âmbito científico e principalmente no âmbito
comercial (marketing). Pela etmologia da palavra o prefixo
“Bio” significa vida, sem dúvida é um prefixo mais amplo
e de conhecimento internacional, no entanto o prefixo
“Eco” que significa habitação ou casa, arremete diretamente
ao tema sustentabilidade e diretamente aos arranjos
produtivos na Amazônia, produtores destas matérias-
primas. O prefixo “Bio” parece ser muito amplo dando
a ideia de tudo que é orgânico possa ser colocado em
joias, quanto ao segundo, ou seja, o prefixo “Eco” parece
ser mais seletivo, tendo mais ligações com parâmetros
gemológicos, visto que ecologia, sustentabilidade e meio
ambiente estão literalmente “na moda” em dias atuais e a
moda é um parâmetro gemológico muito forte.
Em síntese, as gemas de origem orgânicas endêmicas da
Amazônia e de outros lugares do Brasil, suas quantidades
e tratamentos também necessitam de identificação,
classificação e avaliação e o desenvolvimento de uma
norma técnica que contemple todos estes detalhes visando
seu uso em joias com metais e pedras preciosas se faz
extremamente necessário e isto certamente sugere uma
nova ABNT voltada exclusivamente para gemas de origem
orgânica do Brasil.
“
Com a indústria joalheira não
deverá ser diferente nos próximos
anos, onde ela deverá mostrar sua
preocupação com o ser humano,
com a erradicação da pobreza,
geração de emprego e renda e uma
visão sistêmica do desenvolvimento
da cadeia produtiva de gemas,
joias e metais preciosos do Brasil,
inclusive os dos estados amazônicos
que apesar de alto potencial em
ouro, pedras preciosas e elementos
orgânicos há décadas atuam
somente como fornecedores destas
matérias-primas preciosas.
”
Rejane Amaral é Geóloga,
Gemóloga formada pelo
Canadian Institute of
Gemology, Diretora do
depto. de Gemologia do
IGA - Instituto Gemológico
da Amazônia
Maurício Favacho é
Mestre Geólogo de
depósitos de gemas
e metais preciosos,
Gemólogo graduado
e Perito avaliador de
gemas e joias
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