Vampiris
Tiago Martins
Vampiro suga-sangue
Escondido no colchão, vejo o percevejo
Probóscide emagrece-hemácias
Por ti raspo-me, comichão dos eczemas e
farmácias-farmato-te!
Sei quem és
Sei o tipo de homem que és
Percevejo-te
És um homem sequer?
Se te conhecia tão bem, como é que chegamos a
este ponto?
Mato-te vil
Como um drácula, vampiras vaspiras e respiras
almas
e a minha sai-me pelas narinas
quando me rio das histórias que crias nesse rio de
mentiras
Mas tu, percevejo peganhento com gosma e
carapaça
quitina, cara de mau feia e com pus de profeta
Não sabes nem voar nem afogar as pessoas em
monotonia
És falso e ninguém te convidou, vampiro
Enganas os ramos da árvore
E se a árvore cair, o que fazes, camaleão-percevejo?
Aproveitas-te de toda a gente percevejo-parasita
Mentes e mentes e mentes. E mentes.
Mas um dia a mentira vai te encher a cabeça e ela
vai explodir.
ok?
Tem cuidado
A alma é feita de ar
contudo escorre como as nuvens escorrem das
montanhas
feitas de mel branco e algodão
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As nuvens não sabem voar
Mas caem em cima das cidades
E afogam as pessoas em nevoeiro
Como vês, sabem ser cinzentas e honestas