Fluir nº 5 - junho 2020 - | Page 68

Vampiris Tiago Martins Vampiro suga-sangue Escondido no colchão, vejo o percevejo Probóscide emagrece-hemácias Por ti raspo-me, comichão dos eczemas e farmácias-farmato-te! Sei quem és Sei o tipo de homem que és Percevejo-te És um homem sequer? Se te conhecia tão bem, como é que chegamos a este ponto? Mato-te vil Como um drácula, vampiras vaspiras e respiras almas e a minha sai-me pelas narinas quando me rio das histórias que crias nesse rio de mentiras Mas tu, percevejo peganhento com gosma e carapaça quitina, cara de mau feia e com pus de profeta Não sabes nem voar nem afogar as pessoas em monotonia És falso e ninguém te convidou, vampiro Enganas os ramos da árvore E se a árvore cair, o que fazes, camaleão-percevejo? Aproveitas-te de toda a gente percevejo-parasita Mentes e mentes e mentes. E mentes. Mas um dia a mentira vai te encher a cabeça e ela vai explodir. ok? Tem cuidado A alma é feita de ar contudo escorre como as nuvens escorrem das montanhas feitas de mel branco e algodão 68 As nuvens não sabem voar Mas caem em cima das cidades E afogam as pessoas em nevoeiro Como vês, sabem ser cinzentas e honestas