O macaco, que agora era um gigante, riu-se,
contrafeito; mas não infeliz, era o que faltava. Não
quis aborrecer o galho e inventou uma desculpa.
Tinha por ele uma estima sincera, e sempre que o
trepara era apenas para lhe dar a breve alegria de
ter alguma utilidade, independentemente do seu
tamanho.
- Tu és muito grande para mim. Mereces mais do
que eu, que sou um macaco pequenino.
viver assim o dobro do tempo num tempo só.
(não continua, e não é verdade nem mentira que a
história acabe aqui).
O galho alto não se achava burro, mas tinha a vaga
impressão de que o macaco pequenino falava mais
línguas do que ele; mesmo que só chiasse, que é o
que os macacos fazem quando não estão calados.
Ele, galho grande, tal como os outros galhos mais
pequeninos, não fazia mais do que gemer, e só o
faziam com a ajuda do vento.
- Que disparate, replicou o galho.
O macaco adormercera entretanto no outro galho,
e por isso não ouviu a desculpa do galho grande.
Não, não adormecera nada, fingia um sono solto no
qual nenhum sonho fosse um ai, nem um ui nem
outro qualquer som de lamentação. E decidiu ali,
contra a sua vontade, que havia de dar uma lição ao
galho que o expulsara.
Mas o galho ouvia os pensamentos do macaco, e já
estava preparado para lhe dar uma resposta
quando ele acabasse a sesta. Sim, era o meio da
tarde, hora boa para fazer de um dia dois dias, e
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