Fluir nº 5 - junho 2020 - | Page 112

imobilizado, as ratazanas e o homem começavam a roê-lo. Um dia apareceu por ali outro homem. O homem que era uma ratazana reconheceu nesse outro homem a figura que via nas poças de água e quis atacá-lo logo. Quando se aproximou, as ratazanas já o tinham cercado. O outro homem não se calava. Fazia muito barulho, mas foi fácil amarrá-lo. Apesar do corpo maior, era bem menos ágil do que os outros animais. Fizeram com o outro homem o mesmo que faziam com todos os animais que atacavam. Deixaram-no imobilizado e começaram a roê-lo. A carne era saborosa, felizmente o corpo era grande. Só era pena fazer muito barulho. Muito mais barulho do que os outros animais, e por muito mais tempo. Quando se calou foi um sossego. O homem e as ratazanas puderam então saborear tranquilamente o que restava. Levaram tudo. Sobro só eu. A Mónica Calle e o Basílio de Oliveira. Um dia… um dia direi o meu nome completo e reconhecer-me-ei. Sou a Mónica Calle Y Basílio de Oliveira. 112