Ainda falei da tia do Roberto, uma velha a que
todos chamavam Bebé, mas o meu pai mudou de
assunto, aquilo não era importante, um nome não
podia ser uma coisa importante.
Nunca lhe contei o que a mudança do nome tinha
significado para mim, como me senti defraudada
na espera de um pai que se revelou outro, e como
tive a certeza de que a minha vida nunca mais seria
a mesma, como tive a certeza de que a partir dali
seria moldada pelo desconhecido e pelo incerto,
pelo que trará outros nomes. Ou não. A partir dali
soube que não podia contar com o passado. Mas
também não sabia como contar com o futuro. A
partir dali, eu estava sozinha. No frágil presente.
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