Florianopólis e Voce Edição 01NOV2016 | Page 12

Praias Há poucos registros históricos sobre a Praia dos Ingleses. Sabe-se que ela carrega esta denominação por conta do naufrágio de uma embarcação inglesa na área, entre 1683 e 1737. Estas datas foram estabelecidas pela análise dos objetos encontrados, como uma régua de Gunther com a inscrição “1683”, vasos de cerâmica onde se guardava a água potável e diversos outros instrumentos náuticos. Pelas condições em que o leme da embarcação foi encontrado, sugere-se que houve um incêndio a bordo. Algumas ossadas foram desenterradas. Elas pertenciam a homens de 16 a 20 anos – idade comum dos marujos na época. Os sobreviventes se estabeleceram na região da Praia dos Ingleses, onde praticavam a agricultura para garantir a sobrevivência. A embarcação está enterrada na areia em profundidades que variam entre um e oito metros, com mais dois metros de água por cima – a, aproximadamente, cinquenta metros da praia. Descobriu-se este naufrágio em 1989, quando um mergulhador encontrou uma jarra de cerâmica, que logo se tornou a primeira pista para historiadores e arqueólogos. Surgiram na região alguns engenhos de açúcar e farinha. Também se criava gado e galinhas. Era uma região tipicamente açoriana, com intensa atividade pesqueira. A Praia dos Ingleses carrega até hoje o título de recordista em lance de tainha, pois chegou a recolher mais de 80 mil tainhas em um só lance. Até 1958, a comunidade que lá se estabeleceu integrava o Distrito de São João Batista do Rio Vermelho. Depois disso, passou a ser um distrito próprio.