HOLLYWOOD
A MODA NO CINEMA
ARTIGO DE ELSA RIBEIRO
A MODA NO CINEMA E O STAR-SYSTEM
DOS ANOS 20 AOS ANOS 50.
N
a fase áurea dos musicais de Hollywood, o cinema não era apenas o “story-telling”, os
atores famosos faziam os filmes prosperarem em popularidade e número. Seres
humanos comuns, mas com mais glamour e com vidas mais excitantes do que as dos
espectadores, apaixonavam cada vez mais os espectadores e, a paixão desses mesmos
admiradores, era alimentada por milhões de fotografias com dedicatórias e a publicidade criou
em volta desses ídolos uma atmosfera de lenda. "Nos bastidores" os figurinistas magnificavam
estilos de vida, egos e aprenderam a conhecer os corpos das suas estrelas. Os caracterizadores
renovam os tipos de base, as pestanas, o olhar. Os engenheiros inventaram nova tecnologia:
luzes para iluminar cabelos, para projetar pestanas no rosto de Marlene Dietrich em "Desire". Os
seus amores, divórcios, trajes e animais favoritos passaram a ser, em países inteiros, motivos de
interesse e de discussão. O sistema tendeu a transformar atores como Rodolfo Valentino, Mary
Pickford, Gloria Swanson, Mae Murrey, Norma Talmadge ou Clara Bow em verdadeiras
divindades. O objetivo era padronizar e controlar. O contrato da atriz Joan Crawford especificava,
por exemplo, as suas horas de sono; o contrato de Johnny Weissmuller, para Tarzan, previa
multas por cada quilo que passasse acima dos oitenta e seis quilos.
O cinema fazia, literalmente, parte da
vida das pessoas. A sétima arte não
lançava simplesmente modas, ditava-a
a nível mundial. Havia um grande
público, como hoje há para a televisão
assim como uma grande quantidade de
revistas de cinema que, para além de
divulgar os filmes, promoviam os
modelos usados por atrizes e atores, ou
seja, um prato cheio para as mulheres
copiarem e tentarem imitar, utilizando
tecidos semelhantes, os modelos usados pelas suas estrelas preferidas.
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