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Falasporte!
Dezembro de 2016
A manutenção da iniciativa passa por algumas dificuldades, porém o desejo de desenvolvêla
e levála para outras crianças só aumenta. Enquanto houver um chão de terra batida, uma
bola e um garoto com alegria nos pés, o Projeto Anita Garibaldi de Futebol de Campo resiste
e o futebol respira aliviado.
Nem só de futebol se vive Anita
Há pouco mais de um ano e meio, Marcio Iwai desenvolveu um projeto de capoeira que atua
na evolução, não só física, mas também cultural das crianças. Esse esporte possui uma
tradição muito forte, visto que surgiu nos quilombos durante o período escravocrata brasileiro.
É justamente nesse aspecto que Marcio se baseia: ele busca mostrar aos alunos o contexto
histórica em que a capoeira foi construída. Entretanto, o capoeirista com quase 30 anos de
prática enfrenta um problema muito sério: a adesão ao projeto não é significativa por um
motivo impressionante. “As pessoas confundem esporte com religião. Porque alguns pais são
evangélicos e acham que capoeira é coisa de macumba”, relata Marcio.
Por essa razão, ele não foca apenas nos ensinamentos técnicos da capoeira, mas também
na história extremamente rica que ela carrega. Os treinos acontecem aos sábados e
domingos na associação de moradores da comunidade e conta com um número variável de
alunos. Marcio trabalha em parceria com as famílias, que exigem um bom desempenho
escolar das crianças. “Assim, pegamos um pouco na ferida. Se não for bem na escola, não
vai treinar. E não é ‘’Você não vai treinar capoeira e vai ficar em casa.’’, não! Tem que vir,
ficar sentado e ver os colegas treinarem.” Dessa forma, muitos alunos tiveram uma mudança
de comportamento muito significativa e só tendem a evoluir dentro do esporte.
Foto: Felipe Mello