CARTA DO EDITOR
Caro(a) leitor(a),
Chega de Informalidade
Nas últimas semanas a mídia tem destacado eventos policiais
envolvendo joalherias como, por exemplo, uma apreensão
de mais de R$ 10 milhões em joias sem cobertura fiscal pela
Polícia Rodoviária Federal na região de Itatiaia-RJ. A notícia
repercutiu negativamente em um contexto já bastante
desfavorável ao setor joalheiro manchado pelo escândalo de
corrupção no Estado do Rio.
Circulou ainda na revista Isto é Dinheiro, uma matéria tratando
do caso envolvendo as joalherias no Rio e o governo Sérgio
Cabral. É uma ilusão imaginarmos que esses fatos estejam
circunscritos ou afetem apenas as empresas investigadas. Estas
questões comprometem a imagem do ramo como um todo. A
profissão de “joalheiro”, como todos sabemos, sempre esteve
associada a certos atributos como confiança e credibilidade. As
pessoas relutam em adquirir uma joia de algum desconhecido
ou de alguém sem alguma tradição no mercado. Quando um
deslize acontece com uma empresa, todo o setor fica maculado,
reforçando a percepção de que o segmento está associado à
lavagem de dinheiro, conflitos em regiões de mineração e baixa
transparência em suas operações.
com os órgãos de governo e seus principais eventos como
a Feninjer para desenvolver um planejamento com ações
de curto, médio e longo prazos que ofereça uma nova
perspectiva e horizonte para o setor joalheiro no Brasil.
Um projeto dessa natureza deverá atuar em várias frentes
como garantia de conformidade (teor) dos produtos
oferecidos, estímulo à formalização de profissionais que
ainda atuam sem os devidos registros legais e combate ao
contrabando e ao descaminho.
Passou da hora de tentarmos virar esse jogo. As empresas que
almejam trabalhar em um ramo mais profissional, sustentável e
digno, inclusive aquelas que se envolveram em ilícitos e desejam
se redimir, precisam se unir em torno de suas associações de
classe e formular uma estratégia de superação dos conhecidos
dilemas que nos afligem.
Não temos a ilusão, no entanto, que um desafio dessa natureza
possa ser superado apenas com o comprometimento e a vontade
do IBGM e mais algumas associações estaduais. Será preciso o
engajamento de uma grande parte das empresas que acreditam
que é possível mudar, que é possível trabalhar direito, que é
possível prosperar de forma profissional e regular. O momento
de crise também é uma oportunidade de transformação. É hora
de partirmos para um projeto de mudança de mentalidade e de
cultura no ramo. Chega de informalidade!
O IBGM está comprometido com essa causa e empenhado
a ser um vetor de divulgação e indução de um novo modo
de trabalhar do setor. Para tanto o Instituto está disposto
a utilizar seu capital político, sua rede de relacionamento
Forte abraço,
Ecio Morais,
Editor
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