F. Magazine Ed. 23 - A revista da joia brasileira | Página 8
CARTA DO EDITOR
Caro(a) leitor(a),
Um Joalheiro
de Confiança
A profissão de “joalheiro” sempre esteve associada à certos
atributos como confiança e credibilidade. É natural que
seja assim. As pessoas relutam em adquirir uma joia de
algum desconhecido ou de uma empresa sem tradição no
mercado. No entanto, salvo engano de minha parte, nós
do setor joalheiro no Brasil não temos logrado êxito em
reforçar essa percepção difusa na sociedade. Arrisco a dizer
que, em certa medida, temos trabalhado para erodir, para
dilapidar esse capital, esse atributo social positivo.
setor mais transparente, mais profissional, que alimente a
autoestima de todos os que nele militam.
Não é difícil. Depende da decisão e do comportamento de
cada um de nós, industriais, varejistas, líderes de associações
de classe, designers etc. Depende de pequenas atitudes básicas,
diárias, que todos nós sabemos quais são.
É curioso como nos sacrificamos para construir um patrimônio
material, pensando em nossos filhos e em nós mesmos, não
considerando muitas vezes, que a construção de um país digno,
confiável e justo talvez seja o maior patrimônio que possamos
almejar para as futuras gerações.
Não é nosso objetivo, nesse modesto e curto editorial, olhar
para trás e promover uma reflexão mais profunda sobre o
tema, buscar responsáveis ou detalhar as mazelas do nosso
ramo. Todos nós temos pleno conhecimento de quais são.
É hora de mudar, e todos os brasileiros deverão contribuir
para essa mudança. Nosso papel, enquanto um setor
empresarial, será muito simples, quase singelo: sermos
apenas um joalheiro de confiança.
Nesse momento de profunda tragédia moral vivenciada pela
sociedade brasileira, em que a confiança e a credibilidade
serão elementos essenciais e indispensáveis para o resgate
ético das instituições nacionais, gostaria de provocar, e por
que não desafiar os instintos mais céticos e vislumbrar um
Boa feira a todos.
Forte abraço,
Ecio Morais,
Editor
08