F. Magazine 27 Revista-Montada-FM27 | Page 10

CARTA DO EDITOR Caro(a) leitor(a), O Setor Joalheiro em Perspectiva. Quais são as perspectivas da joalheria enquanto categoria de produto? Eis aí uma questão instigante que deveria estimular um profundo debate dentro do setor. Entretanto, infelizmente, não temos feito essa reflexão de modo profissional e sistematizado dentro do ramo. as experiências sensitivas, a construção de identidade, a diversidade de opinião e, nesse contexto, o automóvel desceu para o 12° lugar como item de desejo. O próprio conceito de luxo já não é o mesmo e tem pouco a ver com ostentação de riqueza e poder. Como a joia se situa nesse novo ambiente e realidade? Como reposicionar o produto frente a um consumidor mais sofisticado e exigente que enxerga valor na transparência, na autenticidade do posicionamento, na responsabilidade social e na experiência que extrapola o produto “em si”? Desafios não nos faltam no curto, no médio e no longo prazo. Temas como segurança, tributação, perda de apelo do produto diante do jovem consumidor, novas tecnologias de produção (3D, diamante sintético etc), novas tecnologias de distribuição e a concorrência cada vez mais acirrada desfilam diariamente diante dos nossos olhos atônitos. Não é só o produto joia que necessita de um reposicionamento. O ramo como um todo precisará “vestir a sandália da humildade” e repensar o seu modo de agir. Independentemente das compreensíveis iniciativas individuais, o varejo, por exemplo, precisará se unir na busca de maior transparência, profissionalismo e unidade na narrativa de divulgação do produto. Cada um tem uma estratégia diante das adversidades. E da natureza do negócio e do risco. Isto, no entanto, não invalida a importância de se buscar projetos compartilhados, uma vez que parte do desafio só será superado de forma coletiva e integrada. Temas como sustentabilidade, por exemplo, estão na agenda do dia. Nesse aspecto nossas fragilidades se encontram na produção de ouro, de gemas e na falta de transparência do setor. Ou seja, longe fisicamente do balcão da loja, mas muito perto da percepção do consumidor. A indústria tem entre suas prioridades a inovação de produto, a competitividade internacional e o aprimoramento na relação com o varejo. São ao mesmo tempo estratégias individuais que, necessariamente deverão ser articuladas setorialmente. A escala de preferência e aspiração de consumo mudou radicalmente nesses últimos anos. A geração dos anos 60 e 70 tinha o carro em primeiro lugar no “ranking “. Hoje os jovens valorizam Já passou da hora do setor se repensar. Daqui a pouco não da mais tempo. Forte abraço, Ecio Morais, Editor 10