CARTA DO EDITOR
Caro(a) leitor(a),
O Setor Joalheiro
em Perspectiva.
Quais são as perspectivas da joalheria enquanto categoria
de produto? Eis aí uma questão instigante que deveria
estimular um profundo debate dentro do setor. Entretanto,
infelizmente, não temos feito essa reflexão de modo
profissional e sistematizado dentro do ramo.
as experiências sensitivas, a construção de identidade, a diversidade
de opinião e, nesse contexto, o automóvel desceu para o 12°
lugar como item de desejo. O próprio conceito de luxo já não é o
mesmo e tem pouco a ver com ostentação de riqueza e poder.
Como a joia se situa nesse novo ambiente e realidade? Como
reposicionar o produto frente a um consumidor mais sofisticado e
exigente que enxerga valor na transparência, na autenticidade do
posicionamento, na responsabilidade social e na experiência que
extrapola o produto “em si”?
Desafios não nos faltam no curto, no médio e no longo prazo.
Temas como segurança, tributação, perda de apelo do produto
diante do jovem consumidor, novas tecnologias de produção
(3D, diamante sintético etc), novas tecnologias de distribuição e a
concorrência cada vez mais acirrada desfilam diariamente diante
dos nossos olhos atônitos.
Não é só o produto joia que necessita de um
reposicionamento. O ramo como um todo precisará
“vestir a sandália da humildade” e repensar o seu modo de
agir. Independentemente das compreensíveis iniciativas
individuais, o varejo, por exemplo, precisará se unir na
busca de maior transparência, profissionalismo e unidade na
narrativa de divulgação do produto.
Cada um tem uma estratégia diante das adversidades. E da natureza
do negócio e do risco. Isto, no entanto, não invalida a importância
de se buscar projetos compartilhados, uma vez que parte do desafio
só será superado de forma coletiva e integrada.
Temas como sustentabilidade, por exemplo, estão na agenda do
dia. Nesse aspecto nossas fragilidades se encontram na produção
de ouro, de gemas e na falta de transparência do setor. Ou
seja, longe fisicamente do balcão da loja, mas muito perto da
percepção do consumidor.
A indústria tem entre suas prioridades a inovação
de produto, a competitividade internacional e o
aprimoramento na relação com o varejo. São ao mesmo
tempo estratégias individuais que, necessariamente
deverão ser articuladas setorialmente.
A escala de preferência e aspiração de consumo mudou
radicalmente nesses últimos anos. A geração dos anos 60 e 70 tinha
o carro em primeiro lugar no “ranking “. Hoje os jovens valorizam
Já passou da hora do setor se repensar. Daqui a pouco não
da mais tempo.
Forte abraço,
Ecio Morais,
Editor
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