F. Magazine 26 Revista Montada-fm26 | Page 149

“Essa evolução de consumo não será homogênea em todo o país. Os investidores olharão para portos mais seguros”. Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, cita ele, que antes eram caminhos naturais para a abertura de novas lojas, hoje devem ficar de fora, pois nota-se há algum tempo uma redução de investimentos nestes locais. São Paulo, apesar de estar nos planos de expansão de muitos varejistas, crescerá com ressalvas. De acordo com Hirai, não serão todos os setores que sentirão essa retomada de vendas. “O consumidor tem buscado produtos e serviços com boa relação custo-benefício, assim o consumo não volta com força total, como vimos entre os anos de 2010 e 2012”, garante o consultor. “Estamos vendo um consumidor mais comedido, muito mais exigente e consciente, que quer qualidade, mas não está disposto a pagar um preço maior por isso”. E como 2018 será o ano de produtos mais baratos, joias que primam pela qualidade, mas não tão “pesadas”, devem ser mais fáceis de serem encontradas. “A alta joalheria possui seu mercado, mas a joia tradicional ainda terá dificuldade de se vender, porque o poder aquisitivo da maioria da população continua comprometido”. Esse fator de instabilidade, explica Hirai, faz com que não vejamos a volta de um consumo pleno no mercado joalheiro. “O clima está ficando melhor, as empresas voltam a pensar em contratação, mas muita gente ainda teme o desemprego e prefere poupar a consumir sem freios”. Apesar das tendências de melhora, dos bons indicadores da macroeconomia e também pelos fundamentos econômicos do Brasil estarem controlados para o especialista, o Brasil ainda é uma incógnita, pois ninguém sabe direito o que acontecerá com a crise política pela qual passamos. “A inflação está baixa, a taxa de juros controlada e temos boas reservas econômicas, mas há indicadores que mostram riscos, há muitos perigos que podem ameaçar esse cenário”, avalia Hirai, lembrando que viveremos ano de eleições. “Por isso, comprar produtos desnecessários está fora dos planos do consumidor. Ele não vai fazer loucuras e o varejista terá de ficar muito atento à isso”. Na moda, as fast fashions devem ganhar cada vez mais espaço, por trabalharem com produtos “mais acessíveis e baratos”. Ou seja, o consumidor vai procurar preço e avaliar por que comprar determinado produto, naquele momento. “Por isso, muitos varejistas ainda têm receio e não querem expandir suas lojas”, diz Marcos. “É hora de buscar entender esse novo consumidor, seja no setor de alimentos ou de joias”. 147