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MAIS VAREJO “ O conceito do luxo continua associado ao nobre, ao raro, ao único, à matéria-prima diferenciada, a exclusividade. ‘Não acredito mesmo no fim da ostentação. Primeiro, porque isso vem do consumidor, e não das marcas’ ” Se o comportamento do consumidor de luxo mudou é preciso estar atualizado. Ostentar joias e roupas de grife ainda são símbolos de status, mas atualmente elas precisam valorizar as experiências únicas e inesquecíveis. Agora, o mais importante é você se sentir bem, e não fazer o maior esforço para comprar uma peça para que os outros vejam que a está usando. Será o fim da ostentação? O consultor Carlos Ferreirinha, formador de opinião e especialista sobre a Inteligência da Gestão do Luxo e Premium na América Latina, fundador da MCF Consultoria, avalia que o conceito do que é considerado algo de luxo nunca mudou ou mudará. Em sua opinião, seria impossível associar o luxo a algo simples. “Não existe Hermès simples, luxo é luxo”, rebate. “Simplicidade é o oposto”. Segundo ele, ter uma atitude de uso sem ostentação “é verdade e fato crescente para alguns clientes”. No entanto, isso não altera o que o luxo significa. O conceito do luxo continua associado ao nobre, ao raro, ao único, à matéria-prima diferenciada, a exclusividade. “Não acredito mesmo no fim da ostentação. Primeiro, porque isso vem do consumidor, e não das marcas”. cita. “E posso mostrar que todas as marcas que dizem, ‘marketeiramente’, que não focam na ostentação, possuem movimentos que as enaltecem também”. Conforme avalia o consultor, ostentar não é exatamente um pecado. “Não há problema algum na ostentação”, garante. “Ela faz parte do consumo, seja no luxo ou no popular, pois tem quem ostente comprando na 25 de março (rua de compras populares localizada em São Paulo)”. Para ele, o movimento que está ocorrendo nesse mercado de luxo é o de ajustamento. “O luxo está se adequando aos novos tempos: tempos de nova geração de consumo, tempos digitais, de internet, de Netflix, de Uber crescendo mais que carros de luxo”, cita. “Novos tempos demandam adequações”. 128