Explora Web Magazine Volume VIII | Page 3

Editorial trazem alguma forma de prazer para preencher as horas vagas das pessoas. Já os vídeos relacionados a natureza, são, de maneira geral, uníssonos, com lindas imagens, mas muitas vezes monótonos. E ntre inúmeras voltas em torno de argumentos diferentes, uma conexão entre eles sempre permanece, a da divulgação científica. Difícil desgarrar de tal tema central, principalmente em um espaço onde nos propomos a falar de ciência, mas não daquela forma chata, quadradinha, usando óculos fundo de garrafa, mas de uma forma mais amigável, apaixonante, com belas imagens e histórias instigantes. É sobre como “vestir” a ciência que eu dedico muitas horas de meus pensamentos. Entre amigos, comecei a cultivar uma teoria, a que chamo de teoria da “comédia ambiental”. Não, não é nada relacionado a ridicularizar a ciência, a conservação, ou qualquer iniciativa em torno disso. Trata-se simplesmente de um questionamento que surgiu em torno da seguinte pergunta: O que leva alguém a assistir uma série de TV, como “Friends”, “Lost” ou “The Walking Dead” em seus tempos livres? Porque ela não opta por assistir um documentário sobre natureza? Ou ainda mais do que isso: Porque vídeos de Youtube como os do “Porta dos Fundos” são procurados e assistidos por muito mais pessoas do que qualquer vídeo sobre natureza? A busca por essa resposta é meu trilho motivador, e minha maior fonte de questionamentos atualmente. Poderia dar uma resposta objetiva, que é verdadeira, pelo menos em partes: Essas séries ou vídeos são extremamente bem feitas, divertidas, e E no que isso influencia? Se a minha intenção é desenvolver um trabalho para um público que já possui afinidade com o tema, que já gosta de natureza, aventura, conservação, isso não influencia absolutamente nada. Mas se temos uma visão mais romântica, como a minha, de que podemos e devemos utilizar essas ferramentas para algo além, a eterna busca por ajudar na preservação dos ambientes naturais, contribuir com a formação de cultura verde, ambiental, aproximar as pessoas do meio natural que as cerca, e até transformá-las em agentes para a conservação, provavelmente estamos fazendo isso errado. Precisamos desenvolver estratégias para que as pessoas consumam conteúdo com essas temáticas, e não somente aqueles que são jogados goela a baixo, em aulas obrigatórias de educação ambiental, ou comerciais no meio de seus programas favoritos. E como resolver isso? Ai que entra a “Comédia Ambiental”, ou qualquer outro gênero que seja quase unânime para as pessoas. Vestir, transformar os temas de que falo em produtos mais atraentes, seja qual for o meio em que divulgamos nossos trabalhos. Ainda, adicione a receita uma informação que também vêm me inquietando: as pessoas não gostam de ler. Pensando em tudo isso, chego à conclusão de que temos que ir além, mais do que nos preocupar em divulgar o conhecimento científico para o público em geral, temos que deixa-lo atraente, torna-lo procurado, daí sim, podemos começar a acreditar que ele vai influenciar opiniões e ajudar na eterna busca por um mundo melhor. Edson Faria Júnior Editor Geral Explora Web Magazine 3