Casas de palafita são
típicas das região
longe de ser o centro turístico, com centenas de
hotéis, opções gastronômicas e casas noturnas,
como sua compatriota Bali. A começar pela
peregrinação que se faz para chegar lá. Voos diretos
para Sorong (província com aeroporto mais
próximo) saem de Jacarta, Makassar ou Manado. Se
você quiser aproveitar e dar uma esticadinha a
partir de Bali (foi esta minha opção), prepare-se
para uma viagem belíssima de 12 horas (incluindo
conexões e escalas) sobrevoando desde atóis até
cordilheiras nevadas. Na primeira parada, você já
consegue contar em uma mão o número de nãolocais nos voos. Não que seja um problema, mas
será inevitável não chamar atenção, de observador
você torna-se observado. Outro ponto que fica mais
difícil é a comunicação verbal, pouquíssimas
pessoas falam inglês (sequer nos aeroportos) e
somente através da língua universal da mímica que
consegui chegar ao meu destino final, Sorong cidade de trânsito para Waisai. A economia de
Sorong é movida pelo petróleo e faltam atrativos a
um viajante, pelo contrário, é uma cidade perigosa e
recomenda-se circular somente o necessário. No
porto de Sorong parte diariamente um ferry para
Waisai, porta de entrada de Raja Ampat. Mas
calma, ainda não acabou! Se você tiver sorte, o
pessoal do local onde ficará hospedado estará lhe
esperando em um barco no próximo porto.
Quanto à acomodação, em Raja Ampat há
opções para todos os gostos e bolsos. Existem
resorts que oferecem tratamentos de spa, mergulho
autônomo e livre, conforto - mas cobram muito bem
por isso. Uma outra forma de conhecer este paraíso
e a sua cultura local é se hospedar em casas de
família (homestay). Na verdade, esta é uma das
muitas iniciativas conservacionistas que afloraram
na região no início dos anos 2000, quando cientistas
começaram a dimensionar a riqueza do lugar e sua
importância para o todo, criando e incentivando
maneiras das comunidades locais se sustentarem
sem precisarem explorar os recursos naturais.
Visando financiar essas iniciativas, é
cobrado de todo viajante uma taxa ambiental de 500
mil rúpias (moeda local, aproximadamente 50
dólares) que dá o direito ilimitado de entrar e sair de
Raja Ampat por um ano. Este dinheiro arrecadado é
revertido em educação, acompanhamento médico e
odontológico para a comunidade, além de manter o
maior parque nacional marinho da indonésia,
Cenderawasih Bay.
E ir tão longe, valeu a pena?
O mar liso e espelhado que cercam as ilhas
recortadas em sua base pelo desgaste da água são as
boas-vindas ao paraíso e neste momento pude
E x p l o r a W e b M a g a z i n e 26