A primeira impressão
de Malpelo
avançar lentamente, provocando a sensação de que
cada hora durava mais que a anterior. O tédio e a
falta de atividades a bordo evitava que saíssemos
dos camarotes, exceção apenas na hora das
refeições. Isso porque o constante movimento do
barco nos jogava de um lado para o outro e
provocava uma sensação de enjoo e mal-estar
generalizado. Depois de três dias e meio de uma
viagem desgastante observamos pela primeira vez
a Ilha de Malpelo, apenas um ponto coberto de
neblina no horizonte.
Muitas pessoas acreditam que a primeira
impressão é a que fica em nossa memória. Pois esse
ditado se aplica perfeitamente ante a imponência de
Malpelo, pois, a cada milha que nos
aproximávamos, ela ia se transformando de um
simples ponto no horizonte em uma verdadeira
fortaleza de pedra no meio do Oceano Pacífico.
Um portal aberto
no bote inflável, estavamos cheios de expectativas
sobre o que poderíamos encontrar embaixo d'água.
Desde nosso primeiro mergulho em Malpelo, nos
sentimos atraídos e maravilhados por aquele
mundo submerso cheio de tanta vida. Hoje, quando
penso em Malpelo, acho que nunca observei tantos
peixes nadando juntos em nenhum outro lugar em
que mergulhei.
O encanto por aquele lugar só aumentava
conforme mais tempo passávamos embaixo d'água.
A cada mergulho eram mais e mais organismos
marinhos que podíamos observar, em muitos casos,
centenas ou até milhares nadando livremente na
imensidão azul do oceano. Tamanha era a riqueza e
abundância de organismos que em muitos casos
contá-los era quase impossível.
Um pouco da
biodiversidade
marinha
A pesar do esgotamento pela longa viagem,
não podíamos ver a hora para entrar na água e
observar esse outro mundo que se esconde
submerso. No entanto, antes de iniciarmos nossas
atividades de pesquisa, fomos chamados por
Sandra para uma pequena reunião sobre as
características dos locais de mergulho e só então
estávamos prontos para cair na água.
Quando eu e meus companheiros entramos
E x p l o r a W e b M a g a z i n e 13