Explora Web Magazine Ano II Volume VI | Page 7

Crônicas Floripa no séc. XXII F altam mais duas janelas e termino o serviço. As tábuas estão no lugar, mais algumas marteladas e os vidros estão protegidos. Agora esse furacão pode passar por aí que minhas janelas não vão se quebrar. Creio que mereço uma cerveja depois de trabalhar a tarde toda. Sento no sofá e ligo a TV. Melhor aproveitar enquanto ainda tem energia e ver as últimas notícias sobre esse Furacão. “... mais informações. Rosana.” “Boa noite, Mário. Como podemos ver nas imagens, o Furacão Tatiane continua em rota direta para Florianópolis. Os últimos modelos indicam que ele deve chegar à Ilha de Santa Catarina nas próximas 4 a 5 horas. A Defesa Civil recomenda que quem ainda não deixou a cidade não saia mais. Os congestionamentos nas rodovias que deixam a Grande Florianópolis prejudicam a saída das pessoas e há risco de que muitos motoristas sejam alcançados pela tempestade ainda na estrada. Mário.” Caramba! Eu que não queria ser pego na estrada. Ainda bem que mandei Leila e as crianças pra Urubici quando a notícia de mais um Furacão se formando na costa saiu. Sozinho aqui na ilha, eu fico mais sossegado. Com a casa preparada e com comida e água pra vários dias sei que posso passar por essa com um bom lucro. Que droga! Como eu posso pensar em dinheiro numa hora dessas? Porra, por João Doria Jorge! Eu sei que o meu trabalho é esse. Que ganho dinheiro restaurando os estragos das tempestades e demolindo o que não tem mais concerto. Mas, que droga! Preferia que isso não acontecesse. Já não bastam as casas que o mar tá engolindo? Tem bastante trabalho ali. São Pedro podia dar uma folguinha pra gente e não mandar esses furacões todos os anos. Aqui não é China pô! Não era assim antes. Quando é que isso vai parar? *** O filme nem tinha acabado quando o sono começou a bater. Foi um dia duro de trabalho, e é preciso descansar enquanto há tempo. Logo a tempestade vai chegar e o barulho não vai deixar ninguém dormir. Mal tinha pegado no sono e um barulho muito forte de alguma coisa batendo me acordou. Parei pra escutar por alguns segundos e percebi que a tempestade tinha chegado de vez. Agora não tinha mais como dormir. Era aguentar a barulheira até tudo se acalmar. Tentei ligar a TV, mas nada aconteceu. E lá se foi mais uma série de postes. Talvez alguns transformadores na subestação. O certo é que seriam uns dois ou três dias sem luz. Olhei pro meu relógio e fiz as contas. O Furacão estava quase uma hora adiantado. Ainda bem que eu não estava na estrada agora. Coitados. Futuro Submerso Você estava Essas certo ruína . s da t mesm erra s o imp ão ressio nante s! Explora Web Magazine 7