Encontros
por Jonathan Lawley
D
esde que vi um documentário no Discovery Channel sobre as temidas vespas-do-mar (medusas
australianas que tem um formato cúbico e uma potente toxina) me vi fascinado pelas águas-vivas. Mas
nunca imaginei que veria uma em seu habitat natural. Talvez porque os mais fascinantes encontros
venham nos momentos mais inesperados.
Lembro do belo dia de sol em que fui auxiliar uma colega bióloga em suas saídas de campo para
monitorar um banco de corais no sul do Brasil. Equipados para o mergulho, entramos na água e iniciamos a
nossa descida até os corais. No meio do caminho, o inesperado encontro aconteceu. Me deparei com uma
Olindias sambaquiensis, uma água-viva mais conhecida como “reloginho” (com uns 10cm de diâmetro, um
indivíduo grande para a espécie). Congelei e esqueci completamente das atividades para as quais estava
designado, e comecei a fotografar e filmar a medusa. Nem me importei com as possíveis queimaduras, que por
sorte não tive. Estava absolutamente maravilhado. As gônadas do animal bem amareladas e uns tons mais
rosados em certas porções dos tentáculos. Que mergulho! De repente a minha colega me acorda dos meus
devaneios com um cutucão, com uma cara de: “O que aconteceu? Vamos continuar descendo!”.
Pode não parecer um encontro tão deslumbrante quanto se deparar com um imponente predador
africano, ou até mesmo com um tubarão baleia em Galápagos. Mas esse encontro me ensinou, que nem sempre
precisamos ir tão longe para nos maravilharmos com a natureza, basta olhar ao seu redor!
E x p l o r a W e b M a g a z i n e 38