Voluntariado na
Palestina
M
e formei em Relações Internacionais. Sou
uma internacionalista, e agora? Arrumar
as malas e me jogar nesse mundão a fora,
a escolha do ano. No meu caso, o “mundão a fora”
pode ser resumido em Palestina. Uma terra que não
se resume apenas a Faixa de Gaza, mas também ao
West Bank, Cisjordânia em português. Uma terra
ocupada, onde os cidadãos são refugiados no seu
próprio País – se é que posso chamar a Palestina de
País. Acredito que “Estado”, se encaixaria melhor,
não, melhor ainda, “Estado ocupado da Palestina”.
Entre os dias 11 de Agosto de 2013 e 24 de
Agosto de 2013 eu fiz um voluntariado chamado
Lajee Center Internacional Summer Camp. É um
voluntariado de apenas duas semanas – eu diria,
um “intensivão”- onde eu, juntamente com outros
25 voluntários de algumas partes do mundo
(México, Equador, Estados Unidos, Canadá,
Inglaterra, Irlanda, Escócia, Itália, Bélgica,
Eslováquia, Hungria, e Holanda) participamos de
inúmeras atividades no campo de refugiados Aida,
em Belém, na Palestina – eu poderia escrever um
texto falando apenas dos voluntários internacionais
pois cada um deles fez com que essas duas semanas
se tornassem inesquecíveis. Cada um com o seu
jeito e realidade particular e peculiar, entretanto
Longe de casa
por Manuela R.
todos eles incrivelmente insubstituíveis: eu
realmente fiz bons amigos.
No primeiro dia nos encontramos em
Jerusalém, no portão de Damasco, na parte árabe da
cidade antiga, e fomos todos juntos para uma escola
perto do campo de refugiados, onde iriamos ficar
nas próximas duas semanas. As salas de aula se
transformaram em nossos quartos e o corredor da
escola em nossa sala de estar. Éramos no total 30
pessoas, entre voluntários internacionais e
organizadores. Dividimos três chuveiros e um
banheiro (sim, um banheiro para trinta pessoas,
imagine a tensão).
Após a chegada na escola fomos direto
conhecer o campo de refugiados Aida, onde fica a
sede do centro Lajee. Antes de chegar na Palestina,
quando eu pensava em campo de refugiados, na
hora me vinha na cabeça tendas brancas com
símbolos das Nações Unidas (ONU), muita sujeira,
esgoto a céu aberto ou falta de água. Entretanto, ao
chegarmos no campo eu fiquei pasma: o campo é
similar a um bairro com poucas condições
financeiras no Brasil. Há sim muito lixo nas ruas,
mas há casas, mercadinhos, lojinha de verduras,
lojinha de coisas (das mais diversas) usadas por
precinhos camaradas, ruas (eu diria labirintos),
Visão aérea da
chegada no Hawaii
E x p l o r a W e b M a g a z i n e 12