Fim?
noite começava a perder a disputa frente à Aforça crescente da manhã. A luminosidade crescente permitindo a distinção de silhuetas em pequenas aglomerações. Aos poucos novas formas vão chegando, engrossando os sussurros quase inaudíveis.
Quando o sol finalmente vence a escuridão, a praça está tomada. Uma multidão aglomera-se em frente à Prefeitura. O pequeno número de policiais parece pequeno para conter a multidão. Cartazes e gritos de protesto se espalham pelos manifestantes. As equipes de TV preparam seus equipamentos.
Numa janela do segundo andar, o Prefeito e sua cúpula observam a movimentação. A tensão começando a tomar conta da sala. O medo transparecendo na face de todos. Na rua não há mais espaço vazio entre os manifestantes. A hora marcada se aproxima.
Nove horas. As câmeras de TV a postos. Os
Crônicas por João Doria
policiais tensos. A multidão em transe. O prefeito apavorado. E a manifestação tem início.
Cartazes são levantados. Gritos de ordem tomam o ar. A vanguarda da multidão avança para os policiais rugindo, uma falange de Pumas, Onças e outros felinos. Ao lado, Cachorros, Raposas e Lobos uivam em conjunto. Porcos, Vacas, Cavalos, Antas, Tatus, Ratos e Gambás. Uma infinidade de animais protestando em defesa das florestas, dos rios e de todos os ambientes degradados pelo Homem.
Nos cartazes dizeres como“ Abaixo a Dominação Humana!” e“ Em Defesa de Toda Vida!” serviam de roteiro para os gritos de ordem. Na janela, o Prefeito assiste incrédulo à revoada de Aves, de todas as espécies, que avança sobre a linha de Policiais. Um verdadeiro ataque aéreo, jogando frutas de todos os tipos e tamanhos sobre os homens que, tentando se proteger, acabam recuando para a
E x p l o r a W e b M a g a z i n e 8