Explora Web Magazine Ano II Volume III | Page 3

Do Editor

Edições cada vez mais heterogêneas, novos lugares, novos olhares e novas perspectivas. Contrapondo uma possível tendência de focar tudo em baixo da linha d ' água, que vai de encontro com a formação da maioria dos colaboradores, temos cada vez mais olhares e imagens de diferentes ambientes.

De florestas a praias e ilhas, de trilhas a mergulhos, de pererecas a tubarões, formamos cada vez mais a mistura de ambientes que nos propomos. Continuamos ainda, querendo buscar o inusitado, e mostrar todas as nossas diversas experiências, conhecer e desbravar novos lugares.
A cada novo lugar que visitamos, em qualquer lugar do mundo, temos uma grande tendência de buscar por unidades de conservação, parques nacionais, lugares intocados e preservados. Isso não é somente pela nossa formação nas áreas ambientais, observamos claramente que qualquer um ao escolher seu destino de viagem, procura por estes lugares. Sim, eles são mais atraentes, proporcionam as melhores experiências, e ficam muito mais bonitos nos anúncios das agências de turismo. Quem não gostaria de ver uma onça no seu ambiente natural, ou tomar banho numa cachoeira cristalina, observar araras azuis, mergulhar com um belo tubarão ou quem sabe golfinhos e baleias? Acredito que poucos, ou ninguém, gostaria do oposto, como mergulhar num lugar com águas sujas e sem peixes, ou quem sabe fazer um“ birdwatching” para observar pardais.
Inúmeros são os benefícios e atrativos do que gostamos de chamar de meio ambiente ecologicamente equilibrado, e por que não, pristino. Ainda assim, mesmo com palavras como sustentabilidade, e a importância da conservação ambiental, estarem literalmente na boca do povo, e dos políticos, destes acho que somente na boca. O que vemos é um retrocesso ambiental, impossível de entender como eles não entendem, gerenciam cidades criadas em torno do turismo, vendem lugares supostamente preservados, e ainda assim não investem em saneamento básico, criticam as leis ambientais e não fomentam a criação de unidades de conservação. É como tentar fazer um negócio dar certo fazendo propaganda negativa. Logo as fotografias da década de 80 ou 90 não serão mais eficazes em vender suas“ praias paradisíacas”.
Inevitável viajar e não comparar o que vemos no mundo com o que temos no Brasil. Parques Nacionais com uma grande estrutura e investimento na Austrália e Nova Zelândia, proteção e recuperação efetiva dos recifes de corais nas Ilhas Fiji, e muitos outros exemplos de sucesso. Por que simplesmente não o seguimos? Continuaremos sempre longe das metas de proteção ambiental, acordadas nos fóruns mundiais de meio ambiente, dos quais somos signatários?
Nessa edição mostramos um pouco de tudo isso. Florestas ainda pristinas no norte da Austrália, dilemas e paradoxos ambientais na gestão pública no sul do Brasil, lugares quase intocados do nosso país que ainda podem ter futuro, ou que podem simplesmente ser destruídos e sobre explorados como tantos outros. Momentos de reflexão, e as eternas perguntas: O que queremos para nossos netos? O que nós vimos? Ou o que os nossos tataravós tiveram? Mares pobres em peixinhos ou com grandes garoupas? Fazendas a perder de vista, ou grandes florestas com macacos, pássaros e onças? Praias de águas cristalinas para passar as férias, ou infinitas placas de“ imprópria para banho”?
Edson Faria Júnior Diretor Geral
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