Do Editor
Edições cada vez mais heterogêneas , novos lugares , novos olhares e novas perspectivas . Contrapondo uma possível tendência de focar tudo em baixo da linha d ' água , que vai de encontro com a formação da maioria dos colaboradores , temos cada vez mais olhares e imagens de diferentes ambientes .
De florestas a praias e ilhas , de trilhas a mergulhos , de pererecas a tubarões , formamos cada vez mais a mistura de ambientes que nos propomos . Continuamos ainda , querendo buscar o inusitado , e mostrar todas as nossas diversas experiências , conhecer e desbravar novos lugares .
A cada novo lugar que visitamos , em qualquer lugar do mundo , temos uma grande tendência de buscar por unidades de conservação , parques nacionais , lugares intocados e preservados . Isso não é somente pela nossa formação nas áreas ambientais , observamos claramente que qualquer um ao escolher seu destino de viagem , procura por estes lugares . Sim , eles são mais atraentes , proporcionam as melhores experiências , e ficam muito mais bonitos nos anúncios das agências de turismo . Quem não gostaria de ver uma onça no seu ambiente natural , ou tomar banho numa cachoeira cristalina , observar araras azuis , mergulhar com um belo tubarão ou quem sabe golfinhos e baleias ? Acredito que poucos , ou ninguém , gostaria do oposto , como mergulhar num lugar com águas sujas e sem peixes , ou quem sabe fazer um “ birdwatching ” para observar pardais .
Inúmeros são os benefícios e atrativos do que gostamos de chamar de meio ambiente ecologicamente equilibrado , e por que não , pristino . Ainda assim , mesmo com palavras como sustentabilidade , e a importância da conservação ambiental , estarem literalmente na boca do povo , e dos políticos , destes acho que somente na boca . O que vemos é um retrocesso ambiental , impossível de entender como eles não entendem , gerenciam cidades criadas em torno do turismo , vendem lugares supostamente preservados , e ainda assim não investem em saneamento básico , criticam as leis ambientais e não fomentam a criação de unidades de conservação . É como tentar fazer um negócio dar certo fazendo propaganda negativa . Logo as fotografias da década de 80 ou 90 não serão mais eficazes em vender suas “ praias paradisíacas ”.
Inevitável viajar e não comparar o que vemos no mundo com o que temos no Brasil . Parques Nacionais com uma grande estrutura e investimento na Austrália e Nova Zelândia , proteção e recuperação efetiva dos recifes de corais nas Ilhas Fiji , e muitos outros exemplos de sucesso . Por que simplesmente não o seguimos ? Continuaremos sempre longe das metas de proteção ambiental , acordadas nos fóruns mundiais de meio ambiente , dos quais somos signatários ?
Nessa edição mostramos um pouco de tudo isso . Florestas ainda pristinas no norte da Austrália , dilemas e paradoxos ambientais na gestão pública no sul do Brasil , lugares quase intocados do nosso país que ainda podem ter futuro , ou que podem simplesmente ser destruídos e sobre explorados como tantos outros . Momentos de reflexão , e as eternas perguntas : O que queremos para nossos netos ? O que nós vimos ? Ou o que os nossos tataravós tiveram ? Mares pobres em peixinhos ou com grandes garoupas ? Fazendas a perder de vista , ou grandes florestas com macacos , pássaros e onças ? Praias de águas cristalinas para passar as férias , ou infinitas placas de “ imprópria para banho ”?
Edson Faria Júnior Diretor Geral
E x p l o r a W e b M a g a z i n e 3