A semana que abalou a Indy 500
Antes mesmo da classificação começar, as 500 Milhas de Indianápolis viveram uma semana de terror. Num ano de mudanças de regras com o duelo aerodinâmico dos chassis Chevrolet e Honda, de repente os carros começaram a literalmente "ir pelos ares". Hélio Castroneves iniciou a tendência voadora que, de bizarra, acabou virando tendência a 300 km/h.
Helinho voou primeiro e saiu ileso. Josef Newgarden veio em seguida, batendo no muro e subindo aos céus num cenário parecido. O problema não era o impacto. Quando o carro bateu, rodou no sentido invertido, o deslocamento do ar fez a traseira subir e capotar o carro do norte-americano.
A organização de prova reagiu e determinou mudança em aletas do cockpit que teoricamente foram feitas para impedir os carros de capotar. Eis que, com todas as mudanças, o experiente Ed Carpente foi o próximo a experimentar o mundo de cabeça para baixo. Foi a batida mais forte até então, com direito a labaredas do carro arrastando no asfalto.
Pânico nos boxes e mudanças apressadas tentaram remediar tudo. A potência dos motores foi reduzida para a prova de classificação e os carros impedidos de usar acertos específicos para treinos. A carenagem da corrida foi imposta... Mesmo assim, o momento mais apavorante estava por vir.
Em 18 de maio, James Hinchcliffe contornava a curva 3 quando um componente da suspensão quebrou. O carro foi reto no muro e bateu a mais de 300 km/h. Prensado contra a parede, um braço da suspensão varou o cockpit e atravessou a coxa direita do piloto, seguindo até o quadril esquerdo. Perdendo muito sangue, ele foi retirado ainda com a peça no ferimento e foi operado às pressas. Felizmente, a recuperação já foi confirmada e ele deverá voltar a ter plena mobilidade das pernas, sem correr risco de morte.
Após análise, a organização evitou novas medidas de segurança. O mistério dos carros voadores permanece e ronda de certa forma a corrida deste domingo. O que poderá acontecer numa batida com mais de um carro?
James Hinchcliffe