Entrecontos Agosto/18 - Número 001 entrecontos agosto 2018 numero 1 | Page 30

Todo mundo comentava O sucesso daquele pobretão Que estava quase morto E que agora não mais não Todo mundo queria saber O que fez para enriquecer Qual era o segredo afinal ?
Só podia ser algo mal Negócios com o nhoso Aquilo era algo normal Um caminho de preguiçoso Os vizinhos comentavam Alguns até desconfiavam Aquilo era algo perigoso .
Mas o fazendeiro dengoso Não tava nem ai pra falação Tudo que queria era viver Sua vida com amor no coração Com a terra prosperando Com lindos filhos chegando E a linda esposa apaixonada .
Já não pegava na inchada Tudo ali dava sem querer Era um milagre dos céus Tudo ali vinha a crescer Até mesmo suas terras Ricas e livres das feras Nada parecia corromper .
A felicidade daquele ser Até o dia da grande festa Que aconteceu na cidade Foi um cuspe na testa Que o fazendeiro se deu O que prometeu , esqueceu Há muito tempo pra mulher .
Antes de palavra qualquer Vale a pena um pouco narrar O que levou o fazendeiro A solene promessa quebrar Tudo por causa da mania De poder e da soberania Que veio a se acostumar .
A esposa quis dançar Mas isso ele não fazia
Também não quis deixar E a pobrezinha insis a Ele já nha umas bebido Tinha até se arrependido De ter ido à comemoração .
Na mulher deu safanão E no meio de todo mundo Chamou sua atenção Disse palavrão e absurdos Falou mal de sua origem Que vinha d ’ água de fuligem E isso a deixou revoltada .
E na hora menos esperada Levantou-se de seu lugar E foi seguindo seu caminho Ele tentou se desculpar Mas ela não queria saber Das suplicas daquele ser Que já não se importava .
Nas margens do rio estava Virada para todos que assis a A cena que se desenrolava Tirou tudo aquilo que ves a E olhou para ele muito sério Virou peixe , foi-se o mistério Nenhuma palavra se ouvia .
Ela começou : quem diria Que quebraria a sua promessa Agora é minha oportunidade De par r com toda pressa Voltar para saudoso lar De onde conseguiu me rar
Sem ao menos perguntar .
E antes de con nuar Saiba que tudo que trouxe Com certeza vou levar Para ver que não é doce Esse po baixo de a tude Que é pico de gente rude Fique como te encontrei .
Depois disso , tudo que sei E que a mulher formosa No rio mergulhou E logo se viu a cauda jocosa O fazendeiro ainda tentou Mas como tudo fracassou A mulher não perdoou .
O fazendeiro chorou Ela não quis saber E os filhos começaram A no rio desaparecer Logo depois a plantação E tudo mais desse varão Foi sumindo lentamente .
O fazendeiro descontente Viu sozinho e sem ninguém A casinha podre voltou No bolso , nem um vintém Nem mulher , nem alegria Nem dos filhos a gritaria Já não era mais alguém
O povo foi embora também Deixando o pobre sozinho Com os próprios pensamentos Sem chão e sem caminho Com o peso do arrependimento Nublando o discernimento De seu próprio julgamento .
Nunca mais aquele jumento Julgou a origem de ninguém Nem os demais menosprezou Pois havia aprendido também Não importa de onde viemos Ou que forma que nascemos Todos , respeito merecemos .
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