O Debate
Opinião por Tomás Madureira
O que mudou na polícia?
A palavra “Polícia” vem do latim “politia”, que por sua vez originou do grego “politeia” (cidadania, administração) , palavra que deriva de “Polis”, a palavra grega para “cidade”. É uma das funções mais antigas de sempre, o papel de responsável pela manutenção da calma e da paz social, e protetor dos cidadãos e, por assossiação, da própria cidade não é um conceito própriamente recente.
Já desde a China Antiga que há relatos do controlo do cumprimento das leis por parte de prefeitos.
No entanto, a criação de uma força deste género nasceu apoiada na ideia de que aquele que exerciría esta função seria uma pessoa honrada cujo único objetivo era a ordem e a justiça, sentimentos e códigos éticos que na China Antiga poderiam ser relativamente comuns, mas que no mundo atual são cada e cada vez mais raros.
Todos sabemos a imagem que a polícia detém que, quase como um pai severo e agressivo, espera pelo erro do “pior filho” para poder descarregar as suas frustrações nele. Sabemos bem a disparidade de tratamento da parte não só da polícia mas da larga maioria da massa social, que vê a população verdadeiramente marginalizada como marginal por defeito, e constatemtente os trata de forma diferente.
Independemente destes fatores, devemos rápidamente caminhar para um futuro onde nos vemos a cada um como outra pessoa, onde procuramos entender, respeitar, ajudar, e acima de tudo, aceitar o outro, indepentemente da sua etnia, género, orientação sexual ou origem social.
Apenas assim poderemos restaurar não só a imagem como a efetividade das forças de autoridade, adoptando uma posição humanitária e de compreensão e debate civilizado e construtivo.
Há muitos problemas socioeconómicos no nosso país, mas certamente que oprimir e maltratar os menos afortunados não será um passo ao encontro de uma solução.
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