O Debate
Entrevista com o criminoso "Bruno"
(Nome fictício para efeitos de anonimato)
P: Qual acha que é a imagem tanto da polícia como das pessoas marginalizadas aos olhos dos media?
R:Sinceramente acho que é o mesmo que toda a gente acha. O pessoal olha para nós como pessoal a evitar, e teem sempre medo e assim. Também depende do aspeto, não é, há pessoal que passa mais despercebido mas quando sabem de onde vens começam logo a tratar-te diferente. A polícia depende, há quem ache coisas boas, e há quem não ache coisas assim tão boas.
P: Já teve algum problema com as autoridades?
R: Alguns, quando era mais “puto”. Quando tava na minha adoloscência chegou a acontecer ter alguns problemas, passei 2 anos “dentro” dos 17 aos 19.
P: Quando foi abordado, sentiu que lhe tivessem faltado ao respeito?
R: Mano, a partir do momento em que eles acham que és culpado, tu para eles deixas de ser pessoa, mesmo. Já não há respeito nem compaixão, és só mais um criminoso qualquer.
P: Olha para a polícia como esta sendo um inimigo da sociedade?
R: Um inimigo não, eles supostamente deviam proteger a população, acho que o problema está mesmo no que eles acham que é população, quando eles entram aqui ou em qualquer outro bairro não entram com intenção de proteger coisa nenhuma. E todos sabemos que há muitas pessoas diferentes dentro da polícia... também há muito criminoso na polícia, não se enganem!
P: Achas que a polícia faz distinção, entre a sociedade, tendo em conta o extrato social?
R: Mano, ya, era o que estava agora a dizer. Há pessoal que passa mais despercebido, mas eu pelo menos sinto que quando “me tiram a pinta” que sou daí as coisas mudam logo. As raparigas menos, mas ya, se és rapaz então podes ter a certeza que não vai ser o mesmo.
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