Pelo mundo, a idéia de que o trabalhador deveria ser um instrumento para o lucro dos patrões foi
sendo questionada e as leis passaram a garantir, nas democracias, um novo papel para o cidadão. Pelos ideais solidificados principalmente a partir do final do século 19, o trabalhador deveria
ser o sujeito da história, o transformador social. Primeiro de maio se tornou, assim, mais do que
história, mas um presente em constante transformação.
Os ventos desta mudança têm raízes na Europa e também na América. Em 1886, trabalhadores
americanos fizeram uma grande paralisação naquele dia para reivindicar melhores condições de
trabalho. O movimento se espalhou pelo mundo e, no ano seguinte, trabalhadores de países europeus também decidiram parar por protesto. Em 1889, operários que estavam reunidos em Paris
(França) decidiram que a data se tornaria uma homenagem aos trabalhadores que haviam feito
greve três anos antes.Em 1891, franceses consagraram a data de luta por jornadas até oito horas
diárias. O século 20 acordou para o fato de que trabalhar mais do que essas oito horas seria considerado inconcebível. Os regimes escravocratas foram repudiados. Trabalho não deveria ser
mais sinônimo de exploração.