eNTREVISTA
Como secretária de educação da cidade de Mossoró, quais foram as maiores dificuldades enfrentadas durante o exercício do cargo?
[IEDA] Basicamente duas: primeiro ampliar o número de vagas para a educação infantil, ou seja, atender a faixa etária de 0-5 anos de idade, pois há uma demanda crescente e exigências difíceis de atender no curto prazo, como o de garantir a infraestrutura, por exemplo. E segundo implantar o sistema de educação integral, para o ensino fundamental, de modo a promover a melhoria sistemática da qualidade da educação, principalmente para aquelas crianças e jovens que têm dificuldades de aprendizagem e de apoio familiar. Uma nova proposta pedagógica implicava ampliar os investimentos em educação e não foi possível realizá-la.
Você acha que os blogs, a TV, o rádio e todas as ferramentas que difundem informações em geral, contribuem para uma maior exigência do cargo (secretária de educação), já que trazem mais visibilidade?
[IEDA] Depende do perfil do ocupante do cargo. Julgo que o profissional que aceita assumir o cargo de Secretário de Educação deve ter conhecimento que vai gerir uma pasta que requer competências em três dimensões: pedagógica, administrativa e financeira, considerando ainda ser a educação um dos fatores preponderantes para o desenvolvimento de um Município, em especial, e da sociedade.
Em um Rede de Ensino, o foco é o aluno, e o desempenho do ensino-aprendizagem reflete o compromisso de todos os envolvidos com o processo: professor, aluno, gestores, família e sociedade. Então, o gestor deve estar preparado para ser proativo, atuante e comprometido com mudanças e adequações, de modo e atender às exigências da sociedade, inclusive mantendo-a informada sobre as ações em curso, as propostas e os desafios.
Você escreveu um livro, “avaliação do ensino superior”. Você faz alguma avaliação sobre o ensino médio no Brasil? E em Mossoró?
[IEDA] O objetivo do livro foi o de investigar sobre o processo de avaliação institucional que estava sendo implementado no início da década de 90, nas Instituições de Ensino Superior brasileiras. [Mas sobre o ensino médio, acho que] precisa melhorar, lembrando que a qualidade do ensino tem que ser conquistada no ensino fundamental, no qual o aluno passa 9 anos. O currículo do ensino médio é arcaico, não atrativo para o jovem e às necessidades do mundo contemporâneo. Precisamos de um modelo de educação que ensine a criança a pensar, que o estudante seja protagonista do seu processo de construção do conhecimento.
Existiu algum fato ou momento especifico da sua vida que te direcionou para a vida acadêmica ou você sempre teve essa aspiração?
[IEDA] O fato foi ter sido escolhida como monitora, em mais de uma disciplina quando estudante do curso de Economia, me fez despertar para uma das possibilidades profissionais, mas somente ao ingressar na UERN foi que fiz a opção por ser professora, daí passei a estudar para aprender a ensinar, e também aprender a aprender, atividade que pratico até os dias atuais.
Quais as possíveis estratégias, em sua opinião, que facilitariam e melhorariam o ensino médio no Brasil?
[IEDA] Mudança na estrutura de oferta do ensino, tanto no que se refere ao currículo, proposta pedagógica, tempo escolar e tempo para aprendizagens.
Qual sua opinião a respeito da nova reforma do ensino médio que está sendo proposta?
[IEDA] Sou favorável, mesmo admitindo que haverá aperfeiçoamentos quando da implementação, o que é natural em todo processo de mudanças.
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Ieda Chaves