Em foco
EDITORIAL
Maio / Junho 2024 | A Voz dos Reformados 3
Em foco
ado e consciente » to Europeu
Programa de Governo sem soluções para os problemas
Sobre o atual Governo e a maioria de deputados da direita e extrema direita que resultou das eleições de 10 de Março , Isabel Gomes alertou para o facto de estarem a preparar-se para « aprofundar a distância entre as conquistas de Abril e as dificuldades de vida da maioria dos reformados , pensionistas e idosos », com « medidas que aprofundam um caminho de aumento da pobreza » neste grupo social . Apelou , por isso , à « luta » dos reformados , pensionistas e idosos para travar o objetivo do Governo de não se comprometer com o aumento anual de todas as pensões , « criando a ilusão que o combate à pobreza será feito por via do Complemento Solidário para Idosos e com promessas para 2028 , quando esta medida dirige-se a 163 mil beneficiários e os reformados e pensionistas são mais de dois milhões e 400 mil ». « Com a nossa luta vamos exigir um aumento extraordinário para 2024 de todas as pensões de 7,5 por cento e de 70 euros para as mais baixas » e « melhorias na atribuição do Complemento Solidário para este ano . Porque uma e outra se complementam », assegurou a presidente do MURPI , avançando com outras reivindicações , como a
No dia 27 de Abril , milhares de pessoas , vindas de todos os pontos do País , desfilaram pelas ruas de Peniche para participar na inauguração do Museu Nacional Resistência e Liberdade , 50 anos depois da saída dos últimos presos políticos daquela fortaleza
1 .º de Maio e 25 de Abril 50 anos após a Revolução
Em Lisboa – e em vários pontos do País – milhares de pessoas saíram à rua no 1 .º de Maio , Dia Internacional do Trabalhador . O MURPI participou no desfile que partiu do Martim Moniz em direção à Alameda Dom Afonso Henriques , local onde existia um stand onde se podia conversar , adquirir o jornal « A Voz dos Reformados » ou saborear um vinho generoso .
Abril « Melhores pensões , melhor habitação , mais saúde , mais mobilidade , mais e melhores apoios às associações de reformados », dizia a faixa do MURPI , envergada no desfile que celebrou , em Lisboa , os 50 anos da Revolução de Abril .
LISBOA - 25 de Abril redução do IVA na eletricidade e no gás . No Caderno Reivindicativo enviado ao primeiro-ministro , à ministra do Trabalho e da Segurança Social e à ministra da Saúde constam outras propostas , como o fim da especulação imobiliária e da espiral de aumentos das taxas de juro dos empréstimos à habitação , a par de um aumento máximo das rendas de 0,43 por cento ; uma rede de equipamentos e serviços de apoio à terceira idade , nomeadamente com a criação de uma rede pública , construída e gerida pela Segurança Social ; o reforço do Serviço Nacional de Saúde , público , universal e gratuito ; o reforço da mobilidade para combater o isolamento dos reformados . Outra preocupação prende-se com o facto de no programa do Governo não haver « uma palavra » sobre as associações de reformados . « Exigimos o reconhecimento e o financiamento das associações de reformados para a promoção de atividades de tempos livres , de grupos culturais , porque esta também é uma importante componente da valorização dos saberes dos mais velhos », afirmou Isabel Gomes .
LISBOA - 1 º de Maio
EDITORIAL
27 de Maio
Casimiro Menezes
Esta é a data que nos recorda os primórdios da afirmação da força dos reformados , pensionistas e idosos , homens e mulheres que em 1978 rumaram a Lisboa para proclamarem no 1 .º Congresso do MURPI a vontade de fundar a Confederação Nacional de Reformados , Pensionistas e Idosos , adotando o lema « Só o Portugal de Abril respeitará o Outono da vida ». A partir desse momento , o movimento cresceu , alargou de Norte ao Sul do País , assumiu o dinamismo da criação de comissões unitárias de reformados , povoando , por todo o lado , importantes centros de convívio , debate e ação , na conquista de direitos mais elementares , que passaram a ser reconhecidos como constitutivos dos direitos dos reformados , pensionistas e idosos . Assim foi no reconhecimento do direito à reforma , no direito a receber uma pensão digna , no direito aos cuidados gratuitos de saúde e demais direitos , que afirmam a importância progressiva que este grupo social adquiriu e tende a fortalecer ao longo dos anos . Assim foi e assim será com a força que o MURPI representa na sociedade portuguesa , portadora de valores humanistas e progressistas , empenhado na defesa dos direitos dos reformados , comprometido em promover e levar à prática ações conducentes à satisfação das justas pretensões para garantia de uma vida digna e de bem-estar . Na comemoração deste 46 .º aniversário , é oportuno relembrar que o envelhecimento da sociedade portuguesa é mais um bom motivo para o reforço e a reafirmação do justo reconhecimento do direito a envelhecer com dignidade , que deve nortear todas as decisões dos governos , no justo reconhecimento do trabalho desenvolvido pelas gerações pretéritas , que muito têm contribuído para o desenvolvimento e o progresso do País . São justas e necessárias as reivindicações que contemplem melhores rendimentos no combate à pobreza e às desigualdades sociais , bem patente em milhares de reformados que auferem valores de pensões abaixo do limiar da pobreza ; no combate à assimetria no acesso ao direito à saúde ; por melhores equipamentos e serviços de apoio sociais ; mais e melhor mobilidade ; mais apoios ao movimento associativo e às atividades culturais e sociais desenvolvidas pelas associações de reformados . Para aqueles que vêm no envelhecimento uma oportunidade para o negócio , para privatizar as funções sociais do Estado , nós , pelo contrário , exigimos que esta grande conquista civilizacional , que constitui o aumento médio da esperança de vida , tem de ser revertida em investimento que beneficie justamente todos aqueles que têm vindo a contribuir para o progresso da sociedade sejam recompensados com mais justiça social na satisfação das suas demandas constantes no Caderno Reivindicativo do MURPI . Os reformados , pensionistas e idosos merecem ser respeitados e não ser enganados com medidas avulsas que não beneficiam largas centenas de reformados que recebem pensões baixas , transportam o sofrimento das doenças nos largos anos do período da reforma e a quem lhes falta o médico de família ou aqueles que se encontram abandonados sem cuidados no período da invalidez ou da dependência de terceiros . Em nome dos valores de Abril , nos 50 anos do 25 de Abril , exigimos uma política de justiça e de bem- -estar social .